Mesmo depois que os dois jovens em cima da moto haviam se desequilibrado e caído o policial ainda disparou 4 tiros em cima dos jovens já sem defesa
quinta-feira 25 de junho de 2015 | 03:45
da redação
Na tarde do dia 23 (terça-feira) no Jardim São Luís, Zona Sul de São Paulo, dois jovens que estavam montados em cima de uma moto foram perseguidos e baleados mesmo sem oferecerem risco ao policial da ROCAM (Ronda Ostensiva de Apoio as Motocicletas).
Os jovens são acusados de roubo e o policial atirou em ambos quando já estavam no chão e sem ter como se defender, o que trouxe muitos questionamentos. A perseguição foi transmitida ao vivo na tarde do dia 24 pelas emissoras Band e Record em rede nacional.
Ainda caídos no chão, os jovens são socorridos e levados ao Hospital Pronto Socorro da Regional Sul, um dos garotos tem 16 anos e está em estado grave e o outro de 17 anos também está internado.
Polícia julga seus próprios pares
Após ser visto em rede nacional a polícia militar e a polícia civil abriram um inquérito policial par apurar se houve abuso por parte do policial.
Militantes dos direitos dos trabalhadores e humanos questionam, pois o policial será julgado por outros policiais e pela própria instituição que é racista e acusada recorrentemente por ações como estas, que são chamadas pelo nome de “autos de resistência”.
Os trabalhadores, os moradores dos bairros pobres e os que convivem e sabem como é a ação da polícia nestas regiões pobres não tem o direito de julgá-los e isto faz com que a maioria dos policiais envolvidos em casos como estes saiam impunes.
Os jovens estão no hospital, mas ainda escoltados por policiais da 49º DP, que levarão os dois jovens para a Fundação Casa após o médico decretar alta.
Ainda não se tem certeza de que os jovens cometeram algum crime, mas o exemplo do que ocorreu, mesmo transmitido ao vivo pela TV, mostra que as iniciativas para a redução da maioridade penal pretendem fazer com que jovens como estes, quando não assassinados a sangue frio pela polícia, tenham o mesmo destino que cerca de 35% dos presos no Brasil, prisão sem nenhum julgamento que não o de uma instituição racista e assassina como a polícia.
Foto: Reprodução/TV Globo