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RACISMO NA UNIVERSIDADE | Jovem negro sofre racismo ao passar em medicina na Argentina

segunda-feira 19 de outubro de 2015 | 23:56

Jovem Diogo Medeiros sofre preconceito ao passar na Universidade de Buenos Aires
Hoje, ainda percebemos que grande parte das pessoas ainda não conseguem aceitar que uma pessoa negra possa ser mais inteligente que um branco. O grande fato é que o jovem Diogo Medeiros, de 24 anos, que mora em Nova Iguaçu, que estudou quatro anos para o vestibular. Ultimamente acabou sofrendo ataques pela internet que ao saber que foi aprovado para o curso de Medicina da Universidade de Buenos Aires, na Argentina.

Ao ser aprovado resolveu compartilhar essa emoção no facebook através de um grupo que grande parte dos alunos também desejam fazer medicina nas universidades públicas, e então começaram os ataques, como: “ ué, não sabia que negro podia ser médico, quem se arriscaria em uma consulta? ”; “só porque o cara é feio e da cor de fita isolante ele não pode ser feliz? ”; “Se não tivesse cota duvido que conseguiria” e “temos que acabar com o preconceito entre negros e humanos”. Frases que são indescritíveis de se explicar e aceitar isso como normal. No caso ele também recebeu mensagens de apoio: “ Como futuros médicos vão atender pacientes sendo racistas? ”.

E suas citações mais importantes foram: “Existe uma parcela da população que não aceita os negros chegarem a espaços em que antes não eram vistos, como as universidades. Quando eles não estavam nesses espaços estava tudo certo, não incomodavam”; “Até pouco tempo atrás era mais comum, mas em pleno século 21 ainda existir isso é absurdo. Estou muito constrangido”; “Existe uma parcela da população que não aceita os negros chegarem a espaços em que antes não eram vistos, como as universidades. Quando eles não estavam nesses espaços estava tudo certo, não incomodavam” disse.

Quando tudo começou:

Diogo se interessou por medicina aos 3 anos de idade depois de ver seu Pai morrer hospitalizado e futuramente concretizou seu sonho de ser Médico ao ver sua mãe “Morrendo no Sistema Único de Saúde”, tendo a doença AVC e até chegando até fazer cirurgia e assim, teve como principal meta “se tornar um médico neurocirurgião e atender pessoas sem condições financeiras”, pretende.
Com isso, passou o final da adolescência nos estudos e no trabalho como técnico de enfermagem, como sua primeira formação.

Em janeiro 2015, ele acabou se inscrevendo em um anúncio através da internet no qual o podia ingressar na Universidade sem vestibular e sem mensalidade e ele acabou procurando a acessória não acreditando no anuncio então foi consultar, logo, ele acabou conhecendo duas pessoas que claramente faz questão de agradecer em seu vídeo Gleyce Borges ajudando-o a realizar seu sonho de estudar Medicina e Leandro, um possível amigo.

Após todo o ocorrido o Presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ, Marcelo Dias, que lhe deu o total apoio e auxilio para uma assistência jurídica a Diogo.Depois da repercussão do post, o Administrador do grupo apagou a mensagem de Diogo, alegando “que daria trabalho apagar todas as mensagens de ódio e preconceito”.

Opinião:

Infelizmente o preconceito não vai acabar por aí, será que a justiça ainda aceitará crimes cibernéticos como este? Até quando vamos ter que aturar esse tipo de situação como algo normal na sociedade? Até quando o preconceito vai diminuir? Porque acabar é impossível pois, mesmo 500 anos após a abolição escravista ainda vemos o preconceito diariamente em situações simplesmente ridículas.
Talvez para Diogo essas críticas sejam apenas uma parte mais fácil de seu sonho que ainda está por vir, porque provavelmente tanto no Brasil quanto na Argentina haverá preconceito dentro das universidades de modo que as vezes mexe com o psicológico e afeta o dia de um jovem que claramente busca por um sonho que é melhorar o atendimento e a saúde pública de seu país.

Nós do Esquerda Diário repudiamos o ocorrido com o jovem Diogo e declaramos nosso total apoio neste momento, desejamos todo o sucesso e que seu sonho possa ser realizado, porque realmente precisamos de médicos corajosos como ele em nossa sociedade.




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