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MANDATO JEAN WYLLYS | Jean Wyllys mantém o mandato, mas é censurado por comissão protetora de Bolsonaro

quarta-feira 5 de abril de 2017 | Edição do dia

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou hoje uma censura formal, por escrito, contra o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). O processo foi instaurado após a votação do impeachment de Dilma Rousseff pelo deputado Ricardo Izar (PP-SP), quando Jean Wyllys reagiu com uma cusparada a ataques homofóbicos do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), notório misógino, racista e LGBTfóbico. Os xingamentos nem foram analisados por essa comissão.

Seis representações foram levadas à Corregedoria da Casa contra a ação de Wyllys, sendo duas delas peloestuprador confesso Alexandre Frota.

O próprio relator da proposta, que havia proposto uma suspensão de 4 meses ao deputado do PSOL, reduziu para 30 dias a recomendação de suspensão e mesmo assim perdeu na votação. Então o deputado Julio Delgado (PSB-MG) leu o parecer que prescreveria uma censura escrita a Jean Wyllys, acatada pela mesma comissão que, em 2013, deixou impune Bolsonaro por um processo no Conselho de Ética após ter atingido o senador Randolfe Rodrigues com um soco. O fato aconteceu durante numa visita da Comissão da Verdade ao DOI-CODI, órgão do exército responsável por perseguições políticas, torturas e assassinatos durante a ditadura militar.

Um caso mais recente foi quando Bolsonaro dedicou seu voto de confiança ao golpe institucional durante o processo de impeachment ao torturador coronel na ditadura militar Carlos Ustra, e foi perdoado por esse mesmo conselho.

A aplicação dessa censura chama atenção pelo fato do mesmo conselho ter arquivado diversas denúncias contra provocações e agressões físicas de Bolsonaro contra parlamentares mulheres e LGBTs. Ainda que tenha mantido o mandato, Jean Wyllys foi punido por responder a homofobia do saudosista da ditadura.

Desde o princípio da perseguição ao deputado Jean do PSOL, o Esquerda Diário expressou total solidariedade e se colocou veementemente contrário à suspensão do seu mandato, reivindicando a pequena, mas importante demonstração de resistência LGBT à direita reacionária, por parte de Jean. Quando se instaurou o processo em fevereiro, o pedido persecutório e censurador de suspender Jean Wyllys foi recebido por nós com repúdio.

A ex-candidata a vereadora de São Paulo do MRT pelo PSOL, Diana Assunção, também colunista do Esquerda Diário, deu declaração na época: "Trata-se de uma evidente perseguição política a tentativa de suspender Jean Wyllys. A Comissão de Ética não cogitou suspender Bolsonaro nem por um dia por sua homenagem ao torturador Ustra, nem por seus permanentes insultos homofóbicos contra Jean Wyllys. Isso mostra muito bem a serviço de que está essa casa de privilegiados, com deputados que foram diretamente responsáveis por um golpe parlamentar a serviço de aprovar ataques contra os trabalhadores e o povo pobre para salvar os lucros dos capitalistas. Presto minha total solidariedade a Jean Wyllys e estarei presente no ato em defesa de seu mandato, que deve ser defendido diante dos ataques dessa direita golpista."

Ela também esteve presente, enviando todo seu apoio, no ato que ocorreu esse ano no Rio de Janeiro, em defesa do seu mandato.

Repudiamos nessa nota qualquer forma de punição à Jean Wyllys e a qualquer forma de perseguição que almeje setores da esquerda progressista, ativistas e militantes dos movimentos sociais.




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