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JANAÍNA PASCHOAL DEFENDE TEMER | Janaína Paschoal: "não existem motivos contundentes para tirar Temer"

A advogada Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment de Dilma, diz não haver motivo para que Temer abandone o cargo. É mais uma declaração que demonstra sua real motivação para a ação judicial da qual foi protagonista.

terça-feira 10 de janeiro de 2017 | Edição do dia

A Janaina Paschoal é considerada por muitos como uma das principais protagonistas que conduziram o processo de golpe institucional no Brasil. Janaína Paschoal esteve no Congresso Nacional durante a discussão de impeachment e fez o seguinte discurso ’’Eles alegam que são vítima de vários conluios (...) conluio de Eduardo Cunha e de partidos de oposição como denunciante, depois surgiu o conluio do TCU, depois chegaram a cogitar que eu me encontrei com uma das testemunha, sendo que eu nem no hotel dela fiquei. Eu acho que se tiver alguém fazendo algum tipo de composição neste processo é Deus. É Deus fez com que cada pessoa através da sua competência tivesse coragem e se levantassem neste processo’’.

Numa entrevista à Rede TV, quando a apresentadora apresenta a conversa escandalosa entre Sergio Machado e Romero Jucá e depois pergunta se Janaína poderia ter sido usada no ’’grande acordo nacional’’ conversado por Jucá e Machado, ela afirma ’’Não fui usada, porque consegui o que queria. Primeiro eu mostrei a fraude e tirei um Brasil que estava virando uma Venezuela. Então estou feliz’’.

Em outra entrevista ao IG, ela afirma “Você acha de verdade que eu sou explosiva? Eu acho que sou uma pessoa extremamente contida. Sou tudo, menos explosiva”. “Depois de todas as humilhações que eu passei... Inventaram que eu estava sendo paga, que eu era ligada a partido, que era ligada ao Michel Temer... Eu nunca vi o Michel Temer na minha vida! E com tudo isso acontecendo, eu ficava quieta’’ finaliza.
Ela coloca também que o juiz Sérgio Moro foi uma de suas ’’inspirações’’ para iniciar o processo de impeachment. Em suas palavras “Eu precisava ajudar esse cara. Estava muito chateada e percebi que a oposição [ao governo Dilma] não ia fazer nada. Comecei a perceber que várias pessoas estavam se levantando dentro de seus órgãos. E eu sempre fui muito estudiosa, então eu tinha os instrumentos para isso”.

Ela coloca também que se não fosse o juiz Hélio Bicudo, ela não teria conseguido chegar ao final com esta ideia. “Foi um presente de Deus. Todo o meu trabalho jurídico e na condução do processo foi determinante para que chegasse ao fim. Mas num primeiro momento, foi o peso da figura do doutor Hélio que abriu a porta. Não teria chegado ao final se eu estivesse sozinha.”

Janaina Pascoal conta que o gesto de protocolação do impeachment foi ajudado pelo deputado Ricardo Barros e Bruno Araújo, ambos viraram ministros no inicio do governo de Michel Temer.

Janaína afirma que não se importa que Eduardo Cunha tenha aceitado o processo de impeachment de Dilma por retaliação ao ex -governo que se recusou a defender o peemedebista no processo que ele enfrentava no Conselho de Ética. Em suas palavras: "O que importa é que ele fez o que era certo. Mas acho que ele não teria como rejeitar um pedido tão bem fundamentado."

Janaína comentou que se reuniu com membros da cúpula do PSDB após o Senador Aécio Neves ter sido derrotado nas eleições de 2014. Janaína participou do encontro a convite de Reale junior, mas nega que houve tratativas sobre o pedido que levaria á Câmara mais de um ano depois.

Sobre o processo que está no Tribunal Superior Eleitoral que pode cassar a chapa Dilma-Temer, ela afirma: "Eu vou falar como brasileira". "Prefiro que não haja elementos para a cassação, mas, caso houver, que seja feito o que a lei manda." Depois ela complementa "Eu digo que não vislumbro elementos para isso, mas, se a pessoa os vê, eu digo que ela pode copiar o meu pedido, ir lá e protocolar. Eu não me sinto na obrigação de fazer nada". "Não sou a ’pedidora-de-impeachment-geral da União’. Isso tem um custo de saúde, profissional e financeiro. Eu precisei pagar todas as minhas passagens para Brasília e a minha hospedagem lá. E você pode ver, pelo meu escritório, que eu não sou uma pessoa rica."

Ela afirma que o que motivou a escrever um processo de impeachment contra a Dilma não foi ’’Ela explica que, no caso de Dilma Rousseff, não foi "só os decretos de crédito suplementar não autorizados pelo Congresso", ou "só as pedaladas fiscais". "Foi a fraude deliberada em que, por dois anos, a Dilma encobriu tudo. E foi toda a relação promíscua com a Odebrecht. Se eu vislumbrar o risco que eu vi para o País com a Dilma, estou disposta a tomar uma iniciativa parecida. Mas não é um decreto isolado ou uma pedalada isolada que vai fazer isso".

Na entrevista, Janaína reconhece que o Brasil está muito distante de recuperar a estabilidade política econômica, mas consegue ver avanços com o atual governo de Michel Temer.

Não é primeira vez que a Janaína Paschoal se coloca contra o impeachment de Temer. Numa entrevista ao Estadão, Janaína responde a pergunta do repórter, sobre se a entrada de Michel Temer do PMDB seria satisfatório para ela. Ela responde ’’Não é questão de ser satisfatório, eu não conheço. O problema é o seguinte, ele é o Vice. Se ele é o vice, ele tem que assumir. Se depois que assumir surgir elementos contudentes para ele sair, então que saia’’.

Estas entrevistas concedidas por Janaína Paschoal mostram mais uma vez o verdadeiro caráter do impeachment e qual foi o seu papel na manobra reacionária que ocorreu no segundo semestre de 2016. Os argumentos usados pela autora do impeachment como ’’pedalada fiscal’’, ’’LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal’’ mostram que a sua intenção é colocar um governo que aplicasse ataques mais duros contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade.

Com a implementação da PEC 55, a votação que está em curso sobre a reforma da previdência, a reforma do ensino médio e a trabalhista, para Janaína Paschoal não existe ’’motivos contundentes’’ para tirar Temer, mesmo que o atual presidente tenha sido citado nas denúncia da Odebrecht e Calero ter pedido ajuda para Michel Temer para conseguir um apartamento em uma reserva ambiental. Para Janaína Paschoal, isto não é ’’motivo de impeachment’’ porque apesar das rusgas entre os golpistas, estas alas estão unificadas em torno das medidas impopulares que estão em curso.
As entrevistas mostram também que Janaína não consegue esconder o seu oportunismo e a cara de pau. Isto só comprova que os 45.000 reais recebidos do PSDB é verdade, afinal quem recebe este grande valor tem muito tempo para ficar cuidando dos banheiros do Parque Ibirapuera (justo o parque que João Dória do PSDB que privatizar).

Os trabalhadores e demais setores populares da sociedade precisam rechaçar a Janaína Paschoal. Além disso, somente os trabalhadores em conjunto com demais setores populares da sociedade podem dar uma resposta para crise política e Econômica que o país está passando. A única maneira para isto acontecer é colocar em pé uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta e que questione profundamente Janaína Paschoal e todo este regime podre.




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