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PALESTINA | Israel volta a bombardear Gaza enquanto Netanyahu se reunia com Trump

Foi nesta segunda-feira, no mesmo momento em que o primeiro-ministro se encontrava com Donald Trump em Washington. É a segunda vez em uma semana que atacam a infraestrutura de Gaza. Em uma provoção, Trump reconheceu a soberania de Israel sobre as colinas de Golã.

quarta-feira 27 de março de 2019 | Edição do dia

Pela segunda vez em uma semana, Israel lançou uma nova rajada de bombardeios contra a infraestrutura da já calamitosa Faixa de Gaza como resposta a dois projéteis que atribuíram ao Hamás. Entretanto estes lançamentos não apenas não haviam sido reivindicados por nenhuma organização, mas inclusive o próprio Exército israelense afirmou após uma investigação que o disparo dos foguetes de Gaza poderiam ter sido acidentais.

É claro que quando esta investigação veio à tona, os alvos em Gaza já haviam sido atingidos há um tempo. Este tipo de resposta que Israel utiliza permanentemente é um tipo de “castigo coletivo” que se baseia no terror, humilhação e submissão da população palestina apenas pelo fato de viver em Gaza. Já no ano passado, o Ministro da Defesa de Israel havia declarado durante os massacres contra as “marchas do retorno” que na Faixa de Gaza “nada é inocente”, permitindo o massacre de seus habitantes.

O presente de Trump

Este ataque foi no mesmo momento em que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se encontrava com Donald Trump em Washington, na manhã desta segunda-feira.

Trump, que havia lançado uma provocação aberta ao povo palestino quando reconheceu Jerusalém como capital de Israel no final de 2017, deu um novo passo nesta segunda-feira ao firmar um decreto em que reconhece as colinas de Golã como território israelense.

Trump justificou essa medida pelas “ações agressivas” de Iran e grupos “terroristas” contra Israel, e com essa desculpa os Estados Unidos se tornaram o primeiro país a reconhecer a soberania de Israel sobre uma área da Síria desde a Guerra dos Seis Dias de 1967, e anexada unilateralmente por Israel em 1981 em um gesto que a população rechaçou e a comunidade internacional não reconheceu.

Apesar do rechaço internacional, Israel mantém ocupados esses territórios, o decreto de Trump não muda nada quanto à situação prática desses territórios, porém significa um enorme gesto de apoio a seu aliado estratégico na região, e uma enorme provocação, em primeiro lugar contra a Síria, mas contra todo o mundo árabe.

É por isso que enquanto Síria saiu rechaçando imediatamente este reconhecimento, Netanyahu o celebrou como “histórico”, ao mesmo tempo que se entusiasmou com um empurrão a duas semanas das eleições gerais em Israel, nas quais o primeiro-ministro disputa seu cargo.

Enquanto Trump encerrou a reunião com Netanyahu falando cinicamente de paz com o povo palestino, voltou a reafirmar seu apoio ao “direito” de Israel de se defender dos ataques, o que na realidade não é mais do que um caminho livre para que atue como um verdadeiro Estado terrorista e colonialista que ocupa sistematicamente territórios na Cisjordãnia enquanto submete os habitantes de Gaza a viver no que cada vez mais pessoas ao redor do mundo definem como a maior prisão a céu aberto do mundo.

Tradução do texto "Israel volvió a bombardear Gaza mientras Netanyahu se juntaba con Trump" no La Izquierda Diário.




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