Nesta segunda-feira, 25 de julho, a Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, foi ocupada com arte, música e luta contra o racismo e o machismo. As ativistas do movimento negro da capital e da região metropolitana organizaram uma intervenção artística para marcar o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
segunda-feira 25 de julho de 2016 | Edição do dia
A data foi criada em 1992 no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana. Com a proposta de fortalecer a luta contra o racismo e o machismo, o movimento negro dá visibilidade para a data, combatendo a condição de opressão de gênero e racial que vivem as mulheres negras. Veja a série especial de textos que publicamos para marcar este dia de luta.
Ainda que a intervenção tenha sido bastante pacífica e não tenha trancado nenhuma rua de grande movimentação de carros ou de ônibus, pelo menos três carros da Brigada Militar rondavam a intervenção. Desde cedo a BM cercava os ativistas no centro da cidade. A mesma polícia que aterroriza a vida da população negra nas vilas e periferias, assassinando a juventude e reprimindo quando a população se revolta, vem até os espaços de luta construídos pelo movimento negro para intimidar aquelas e aqueles que lutam contra o racismo e o machismo.
Na intervenção, as mulheres em roda lembraram o quanto o racismo nada tem vitimismo, como são obrigadas a ouvir todos os dias dos racistas. Que a população negra ainda ocupa os piores postos de trabalho, ainda é perseguida pela polícia e por seguranças privados, e ainda é quem mais morre pela violência. Que as mulheres negras, arrastadas por carros da polícia como Claudia, ou assassinadas dentro de duas próprias casas, são as maiores vítimas da violência machista. Poesias e músicas de luta, além de falas das ativistas ocuparam a Esquina Democrática neste 25 de julho pra dizer não ao racismo e ao machismo.
Veja no vídeo um trecho da intervenção:
