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Imperialismo | Iêmen, Síria e Somália são bombardeados nas últimas semanas, desmascarando hipocrisia imperialista

Nas últimas semanas, a Somália foi bombardeada pelos EUA, a Síria por Israel, e o Iêmen pela Arábia Saudita, deixando diversos mortos e feridos. Bombardeios que desmascaram a hipocrisia dos países da OTAN e aliados, que falam defender a “liberdade e democracia” enquanto apoiam ditaduras e massacram populações pelo mundo.

quarta-feira 2 de março de 2022 | Edição do dia

A intervenção e invasão militar de Putin na Ucrânia é totalmente condenável, já que é uma guerra que só pode trazer sofrimento, morte e mais desigualdade social para a classe trabalhadora. Porém isso não significa que o papel da OTAN e dos países imperialistas no conflito possa ser defendido.

A verdadeira função da OTAN é cuidar dos interesses das potências imperialistas, especialmente dos Estados Unidos, mas também da Alemanha, da Inglaterra e da França. Os países que sofrem intervenção da OTAN, sempre com um discurso de suposta defesa da paz, mas, na prática, ficam com milhares de mortos e profundas crises sociais.

Veja mais: Declaração da Fração Trotskista pela Quarta Internacional sobre a guerra na Ucrânia.

Esses países e outros, como veremos abaixo apenas alguns exemplos, tem um longo histórico de ataques que massacram a população em várias partes do mundo.

Na madrugada do dia 24/02, na Síria, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o ataque aéreo de Israel deixou pelo menos 6 combatentes sírios mortos, dois soldados e quatro militantes de uma milícia iraniana atuante no país. O bombardeio foi realizado na cidade de Damasco, capital do país.

Já é o quarto bombardeio israelense na Síria apenas em fevereiro, se somando às centenas de ataques que o Estado de Israel realiza desde 2011, provocando inúmeros mortos e feridos. O governo israelense afirma que os ataques são necessários para afastar a influência iraniana da região.

O Estado de Israel é um Estado sionista capacho do imperialismo estadunidense para assegurar os interesses ianques na região, e para isso realiza, além de um constante massacre e apartheid interno contra os palestinos, diversas ofensivas militares contra outros países e populações. O governo sírio de Bashar al-Saad, entretanto, está longe de ser anti-imperialista e de ser solução para a classe trabalhadora síria que se levantou em 2011, mas sim defende os interesses da burguesia síria ligada à teocrática, reacionária e conservadora burguesia iraniana, que oprime o direito das mulheres e explora a classe trabalhadora nas jazidas de petróleo.

Na Somália, no dia 22/02, os EUA lançaram um ataque de drones contra membros da Al Shabab, afiliada da Al Qaeda.

Veja também: Estados Unidos: da guerra contra o terrorismo ao conflito entre potências

O ataque foi realizado após um ataque da Al Shabab às forças somalis em Duduble, a 64 km a Noroeste da capital Mogadíscio. Não foi informado o número de mortos nem o de feridos até o momento. Esse conflito é fruto do imperialismo que, desde a colonização e partilha da África, quer sugar as riquezas dos países dependentes e o suor dos trabalhadores. Além disso, as reacionárias e fundamentalistas organizações do Estado Islâmico, que hoje tem protagonismo no conflito, foram por anos financiadas pelo imperialismo e se fortalecem com as catástrofes sociais impostas aos países da África e do Oriente Médio.

Pode interessar: O avanço do Talibã no Afeganistão demonstra a hipocrisia da guerra ao terror dos EUA

No dia 21/02, na cidade de Hajjah no Iêmen, a organização Médicos Sem Fronteiras afirmou, no twitter, que “após um bombardeio, uma equipe hospitalar recebeu duas vítimas já mortas: uma criança de 12 anos e uma mulher de 50, além de mais 10 feridos”.

O ataque se soma aos pelo menos 37 mortos pelas bombas da reacionária teocracia da Arábia Saudita do final de janeiro, e da guerra do Iêmen que já deixou mais de 377 mil mortos. A Arábia Saudita, sustentada por uma monarquia teocrática ligada ao petróleo, é uma aliada dos EUA e da Europa na região.

Ao longo do desenvolvimento da guerra na Ucrânia, que apesar de ter uma dimensão em consequências geopolíticas superiores à essas outras guerras, a OTAN, o Ocidente e a mídia burguesa provam sua demagogia e hipocrisia ao condenar o ataque russo ao mesmo tempo em que bombardeiam outros países. Isso mostra que a OTAN e o imperialismo claramente não são saída alguma à classe trabalhadora ucraniana, já que esta também é historicamente uma região de moeda de troca entre diversas potências. E tampouco a invasão reacionária de Putin é solução, como está desenvolvido na Declaração da Fração Trotskista pela Quarta Internacional sobre a guerra na Ucrânia.

Em todos esses casos, é necessário afirmar que a única saída para a população e a classe trabalhadora para o fim das guerras é a sua organização independente de qualquer burguesia ou nacionalismo reacionário!




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