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TRABALHO INFANTIL | IBGE: em 2019 1,8 milhão de crianças e adolescentes estavam submetidas a trabalho infantil

Pesquisa divulgada nessa quinta-feira (17) traz números alarmantes do trabalho infantil no Brasil com ênfase sobre pretos e pardos, bem como crianças em funções de periculosidade.

sexta-feira 18 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Dos 1,8 milhão de crianças e adolescentes sob regime de trabalho precário a pesquisa do IBGE revela que 21,3% tinham entre 5 e 13 anos de idade, 25% entre 14 e 15 anos e 53,7% entre 16 e 17 anos. 25% dos jovens entre 16 e 17 anos, que trabalhavam em 2019 cumpriam jornada acima de 40h semanais. Meninas recebiam menos que meninos e negros menos do que brancos.

Chama bastante atenção que pretos e pardos eram a ampla maioria no trabalho infantil, 66,1% contra 32,8% de brancos. Isso demonstra como o racismo estrutural é inerente à exploração capitalista. Além disso a média salarial para jovens brancos em situação de trabalho infantil era de R$559,00 e para jovens negros era de R$467,00. O machismo também se mostra marca registrada da exploração capitalista em que meninas ganharam, de acordo com a pesquisa, 87,9% do rendimento de meninos. A pesquisa revelou ainda que 706 mil pessoas entre 5 e 17 anos realizavam atividades que estão na lista das Piores Formas de Trabalho Infantil, do IBGE. Essas atividades incluem trabalho com material tóxico, carregar cargas, comércio ambulante etc.

Embora tenha havido queda de 357 mil crianças e jovens entre 2016 e 2019 o Brasil contou com um exército de 1,8 milhão de crianças super exploradas. Recentemente o trabalho infantil chegou até os aplicativos de entrega, em que jovens, no desespero das famílias por sustento, burlam o sistema com perfis de amigos ou vizinhos maiores de idade para poder trabalhar muitas vezes deixando de frequentar atividades escolares.

Bolsonaro e todo o regime do golpe avançam em descarregar a crise capitalista sobre a juventude, as mulheres e os negros à fim de salvar os bilionários credores da fraudulenta dívida pública e os bancos. Bolsonaro, inclusive, já defendeu publicamente o trabalho infantil. É contra todo esse regime de opressão e exploração que a juventude estudantil e trabalhadora junto com a classe trabalhadora de conjunto precisa se levantar, superando as burocracias sindicais do PT e PCdoB e tomando os sindicatos em suas próprias mãos para impor que sejam os capitalistas que paguem pela crise.




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