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Hospital de campanha: tática de guerra ou improviso pra remediar sistema de saúde precário?

O improviso do governo ainda é insuficiente para combater a crise sanitária aberta pelo Coronavírus. Além disso, 2 dos 3 hospitais de campanha criados por ele estão em bairros de classe alta como Pacaembu e Ibirapuera. Quem Doria quer socorrer numa urgência?

terça-feira 7 de abril de 2020 | Edição do dia

Com 4.861 casos confirmados de coronavírus e 304 óbitos, o governo de João Doria anunciou nessa segunda-feira (6), a criação de outro hospital de campanha com 268 leitos, no Ibirapuera.

A iniciativa soa boa, mas é muito insuficiente visto que hospitais de campanha são espaços adaptados temporariamente para casos de baixa até média complexidade. O governador propõe que os pacientes fiquem nesses espaços até que os hospitais tenham vagas.

Mas como “desocupar” os hospitais?

A taxa de infecção da Covid-19 tende a crescer em abril e Ainda não foi proposto por Doria a ampliação real e efetiva de leitos fixos com respiradores e toda a aparelhagem necessária. A maioria dos testes prometidos por ele, ainda não chegaram. Devido à falta deles e, consequentemente, de confirmações, os números oficiais da doença são totalmente abaixo do que verdadeiramente está acontecendo no país. Retour ligne automatique
Além disso, 2 dos 3 hospitais de campanha criados por ele estão em bairros de classe alta como Pacaembu e Ibirapuera.

Quem Doria quer socorrer numa urgência? Por que não cria esses centros transitórios de emergência perto das favelas onde a disseminação do vírus ocorrerá muito mais rápido e com menos recursos para o combate?

Não dá para confiar que um governo que tem deixado as favelas sem água durante a epidemia, que, há anos, bate em manifestantes e exalta o trabalho genocida da polícia queira, agora, salvar vidas que não sejam de sua classe burguesa.

Por isso, defendemos não só os hospitais de campanha, mas a criação e expropriação dos leitos das instituições privadas de saúde e testes massivos aplicados ao método de seguir a rota do vírus para que, de fato, a quarentena seja racional e efetiva, diminuindo o número de infectados e mortos. Só leitos em bairros nobres não é o suficiente, precisamos de leitos de UTI com respiradores e equipamentos de segurança para a equipe médica e tudo o que é produzido pela classe trabalhadora.




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