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Hosana, 13 anos, mais uma adolescente morta no Rio de Janeiro

Menos de uma semana depois do assassinato de Maria Eduarda Alves da conceição dentro da escola, outra adolescente de 13 anos é morta na região de Acari, zona norte do Rio nesta segunda-feira. Hosana foi baleada duas vezes, uma no tórax e outra no braço esquerdo e levada para o Hospital de Acari (Hospital Ronaldo Gonzolla). A região fica dentro da área de abrangência do 41° Batalhão da PM, que é conhecido como Batalhão da Morte.

Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

terça-feira 4 de abril de 2017 | Edição do dia

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer nesta terça-feira, devido a operações policias, em Acarí 1021 alunos encontram-se sem aulas. Os locais de ensino e atividades esportivas, uma escola, uma creche e um centro de desenvolvimento infantil, que fazem parte da 6° Coordenadoria Regional de Educação (CRE) não fornecerão atendimento neste dia letivo.

O Batalhão de Irajá faz parte das 4 unidades que gastaram, de acordo com um levantamento feito em 2015, 50% da munição da PM carioca. Ainda de acordo com esse levantamento, um único policial deste Batalhão é responsável por 606 tiros de fuzil 7.62 dentro de um período de 10 meses. Os policiais do 41º BPM dispararam 11.560 em 2015, ficando atrás, somente, do 7º BPM (São Gonçalo), que efetuou 15.707 tiros. O 41°BPM foi responsável pelo assassinato de 5 jovens, com 111 disparos, que ficou conhecido como chacina de Costa Barros. O Batalhão de Irajá é o 1° Batalhão em número de mortes decorrentes de ações policiais.

As balas disparadas pela PM do Rio, as balas “perdidas”, os supostos autos de resistência são responsáveis pela morte sistemática da juventude negra, pobre e periférica no Rio de Janeiro. São responsáveis por milhares de crianças sem aulas todos os anos em Acarí, na Maré, na Cidade de Deus, no alemão nas comunidades da baixada fluminense e por toda periferia do Rio de Janeiro.

A política de guerra às drogas, levada a frente pelo Estado por meio dessa polícia racista, mata diariamente a juventude negra por todo país. São centenas de Marias Eduardas e Hosanas assassinadas anualmente. É preciso que lutemos por uma real justiça para os nossos mortos. É preciso que tomemos em nossas mão, por meio de tribunais populares, o julgamento e investigação dos policiais envolvidos em chacinas, assassinatos e autos de resistência. É preciso pôr um fim aos autos de resistência que não passam de uma justificativa para o extermínio dos filhos da classe trabalhadora nas favelas e periferias. Chega de mortes por essa polícia e por esse Estado racista.




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