O Parlamento de Hong Kong rechaçou na quinta-feira, 18, a reforma eleitoral proposta pelo governo chinês que introduzia o sufrágio universal, mas com um mecanismo em que Pequim indicaria os candidatos a chefe do Executivo regional.
sábado 20 de junho de 2015 | 00:59
FOTO: EFE
A proposta de Pequim não conseguiu a maioria necessária de dois terços entre os 70 membros do Legislativo de Hong Kong. Na hora da votação, e depois de um intenso debate que começou na quarta-feira, mais de trinta legisladores aliados ao governo decidiram abandonar o recinto sem declarar os motivos. O resultado final, entre os 36 votos anunciados, foi 8 a favor e 28 contra.
A parlamentar Regina Ip, da base do governo central chinês, pediu desculpas pela ausência dos seus deputados na votação e atribuiu a um problema de comunicação entre eles.
Após conhecer o resultado, os parlamentares opositores ostentaram no plenário uma faixa e guarda-chuvas amarelos, símbolo da “revolução das sombrinhas” gerada contra a proposta de Pequim nos últimos meses do ano passado.
O veto à reforma eleitoral no Parlamento de Hong Kong anuncia, para os próximos anos, um futuro político incerto na ilha, deplois de meses de massivos protestos populares que causaram uma fissura política e social na cidade.
A etapa seguinte será uma disputa, a curto prazo, no terreno político, concentrada no mês de novembro, quando o eleitorado de Hong Kong irá às urnas para eleger seus conselheiros distritais. Depois virão as eleições ao Parlamento de Hong Kong em 2016.
Pequim, por meio da publicação oficial Global Times, porta-voz do Partido Comunista (PCCh), pediu aos dois blocos que conciliem suas posições e “trabalhem juntos para manter fechada a Caixa de Pandora”, acrescentando que a região não pode deixar de ser “uma capital financeira e moderna para ser um autêntico desastre".
A Assambleia Nacional Popular da China, órgão máximo legislativo, anunciou, horas depois da votação, que sua proposta de reforma eleitoral em Hong Kong “será mantida em vigor no futuro, apesar do veto” do Parlamento honconguês.
Fontes: Agências
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