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(IN)JUSTIÇA | Herdeiro de usinas de açúcar e etanol é condenado por homicídio após 19 anos e responde em liberdade

Depois de quase duas décadas dos assassinatos o herdeiro, agora condenado, vai cumprir sua pena em liberdade.

sexta-feira 26 de agosto de 2016 | Edição do dia

Após 19 anos, o herdeiro de usinas de açúcar etanol Marcelo Cury é condenado a nove anos e quatro meses de prisão pelo crime que resultou nas mortes de duas pessoas e deixou outra ferida, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ele vai recorrer em liberdade.

Em 5 de abril de 1997, o representante comercial Marco Antonio de Paula, 29, e o comerciante João Falco Neto, 34, foram mortos por Cury, que também feriu Sérgio Nadruz Coelho, que ficou internado 39 dias após ser baleado, durante uma discussão na região em que o usineiro mora num edifício de luxo, rica zona sul da cidade do interior paulista.

Após atingi-los, Cury foi até a fazenda da família em Araraquara (a 273 km de São Paulo), onde saiu dirigindo um Audi, e durante a fuga capotou com o carro, matou o funcionário Arquimedes Ramos Neto que estava com ele no carro.

Durante o julgamento, a defesa de Cury, sustentava que o mesmo agiu em legítima defesa, mesmo tendo sido comprovado o disparo de 11 tiros que atingiram as vítimas até pelas costas.

Cury foi condenado apenas pela morte de Falco Neto. No caso de Marco e Coelho, foi entendido pelos jurados como homicídio culposo (sem intenção de matar), fazendo com que o crime fosse considerado prescrito.

A única vítima viva, Coelho, diz ter saído de Ribeirão na década passada por medo, durante o julgamento que foi a primeira testemunha de acusação a depor afirmou que Cury atirou pelas costas e que estava ciente do que fazia. "Carrego as marcas daquele dia e nunca me esquecerei. Uma bala explodiu meu baço e perdi 70% de sangue na rua", disse ele.

Familiares de Falco Neto foram até o Fórum, antes do início do júri, para protestar devido à lentidão do julgamento. O crime que ocorreu há 19 anos foi postergado por manobras jurídicas. A defesa de Cury, que já contou com a participação do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos (1935-2014) e atualmente é cliente do escritório de Fábio Tofic Simantob, conquistou a anulação das duas sentenças de pronúncia do TJ (Tribunal de Justiça), levando o julgamento á júri popular.

Apesar dessa notícia, temos no Brasil a 4° maior população carcerária do mundo, em que mais da metade dos detentos sequer foram julgados por seus crimes, o que mostra que a "justiça" está ao lado de quem tem dinheiro, já que Cury foi defendido até por um ex-ministro da justiça e mesmo sendo condenado, pode cumprir pena em domicílio como ocorreu com vários políticos corruptos condenados na lava-jato.

Como diria Mc Carol, bandido rico e poderoso tem sela separada, tratamento VIP e delação premiada... ou mais, condenação depois de duas décadas e direito a cumprir em liberdade ainda.




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