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Golpismo | Heleno diz que toma remédio psiquiátrico para não levar Bolsonaro a "atitude drástica contra STF"

Fala do ministro e general Heleno mostra que enquanto Bolsonaro segue a precária trégua entre os poderes, cabe a outras figuras bolsonaristas seguirem alentando o discurso de enfrentamento para a base.

quarta-feira 15 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Foto por: Sergio Lima

Em um evento fechado em que discursou, o reacionário general Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, declarou que tem de tomar remédios psiquiátricos “na veia” diariamente para não levar Jair Bolsonaro a tomar “uma atitude mais drástica” contra o tribunal. O evento foi a formatura do Curso de Aperfeiçoamento e Inteligência, para agentes já em atividade na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

“Eu, particularmente, que sou o responsável, entre aspas, por manter o presidente informado, eu tenho que tomar dois Lexotan na veia por dia para não levar o presidente a tomar uma atitude mais drástica em relação às atitudes que são tomadas por esse STF que está aí”, afirmou o ministro e general.

Desde que Bolsonaro provocou o auge da crise institucional com o STF, quando convocou manifestações no dia 07 de setembro, e disse que não mais obedeceria nenhuma ordem da Corte, vimos o presidente ser forçado a tomar o caminho contrário e conter seus rompantes golpistas.

Entretanto, a fala de Heleno mostra que esse é um componente do discurso bolsonarista que segue sendo feito "por baixo". É parte constitutiva desse discurso terceirizar as responsabilidades em torno do atual quadro de miséria, fome, desemprego, das centenas de milhares de mortes pela covid, quando na verdade Bolsonaro, Congresso e STF aprovaram juntos todos os ataques que produziram a crise atual.

Outro trecho da fala do general que serve de mostra da estratégia eleitoral do bolsonarismo foi quando Heleno levantou a possibilidade de um novo atentado contra o presidente, dizendo ter grande preocupação com a tentativa de "eliminar" o presidente da "forma mais simples".

“Tenho uma preocupação muito grande com esse 2022, porque acho também que uma medida muito simples para mudar, em dez segundos, 20 segundos, totalmente o panorama brasileiro. Um atentado ao presidente da República bem-sucedido modifica totalmente a história do Brasil. Tenho plena consciência disso”, afirmou Heleno na formatura da Abin, ressaltando que os agentes serão importantes para evitar um eventual atentado.

Enquanto, Heleno alenta na base bolsonarista esse discurso de guerra ao STF, na prática Bolsonaro e o judiciário se alinham para manter estancada a crise, como vimos essa semana com a nomeação do general Ramos, ex-ministro de Bolsonaro, para ficar a frente da comissão responsável pela segurança das eleições, um dos centros das polêmicas entre Bolsonaro e STF.




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