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MONOPOLIZAÇÃO | Heineken anuncia compra da Schin, tornando-se a 2ª maior empresa de cerveja do país

A partir da compra, a gigante holandesa passa a controlar cerca de 20% do mercado, perdendo apenas para a Ambev. Dessa forma, a produção, distribuição e venda de cervejas no país se torna ainda mais concentrada nas mãos de poucos capitalistas.

segunda-feira 13 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

O acordo vinha sendo costurado faz um tempo. A gigante holandesa Heineken comprou a empresa Brasil Kirin, dona da Schin e de vários outros produtos, como Devassa, Eisenbahn, Baden Baden, Itubaína, Glacial, etc., por um total de 664 milhões de euros (equivalente a algo em torno de R$ 2,2 bilhões)

Dominando cerca de 9% do mercado brasileiro de cerveja, a Brasil Kirin, de posse do grupo japonês Kirin Holdings Company, agora fecha as portas no país. Com isso, a Heineken passa a controlar 19% do mercado. A Ambev, cujos 3 principais donos figuram entre os 6 homens mais ricos do país, controla cerca de dois terços do mercado no país.

Se esses números estiverem fiéis, restam apenas cerca de 10% do mercado de cerveja no país para as outras empresas. Esse processo de monopolização é típico de momentos de crise no capitalismo. A própria Kirin Holdings Company decidiu vender suas marcas no país pois, segundo eles, não teriam perspectivas rentáveis "a longo prazo". Com isso, cada vez mais as riquezas no país ficam concentradas nas mãos de poucos empresários. No caso, bem longe do Brasil.

Os lucros obtidos por essas duas empresas (Ambev e Heineken) que controlam quase a totalidade do rentável mercado de cervejas brasileiro (somos o terceiro do mundo, atrás apenas dos EUA e da China), são provenientes da intensa e exploração de tantos operários que trabalham nas dezenas de fábricas existentes em solo nacional.

O anúncio de monopolização ocorre em meio a uma forte crise econômica no país onde, ao passo em que cresce o desemprego, a inflação e a carestia de vida, alguns poucos capitalistas conseguem enriquecer cada vez mais. Hoje mesmo saiu uma notícia no Esquerda Diário que mostra o ano de 2016 como o pior ano para o comércio da história do país, com a demissão de mais 180 mil trabalhadores do setor.

Duas notícias como essas, demissões em massas e pequenas empresas fechando as portas de um lado e uma gigante estrangeira abocanhando uma fatia considerável do rentável mercado de cervejas no país do outro, são bastante ilustrativas do sentido da crise econômica: sofrimento a muitos trabalhadores e lucros exorbitantes para poucos milionários. Esse é o capitalismo e, na medida em que a crise avança, casos como esses serão cada vez mais frequentes.




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