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FORA TROPAS DO HAITI | Haiti: 11 anos de ocupação ilegal, violência e mentiras

terça-feira 2 de junho de 2015 | 00:01

Há exatos 11 anos atrás, no 1º de junho de 2004, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), liderada pelo Brasil, assumia as operações da ONU em solo haitiano. O povo haitiano começou a sentir todo o peso da militarização mundial promovida a partir da agenda neoliberal de Bush e sua coalizão imperialista. No Haiti, a intervenção foi chamada pela ONU e os defensores do imperialismo de “missão de paz”, mas na verdade não é menos que uma brutal intervenção que partiu da deposição do ex-presidente Aristide a mando direto da Casa Branca, num momento em que o povo ganhava as ruas contra a situação de extrema miséria em que está submetido, e culminou com a ocupação pelas tropas da ONU.

O presidente brasileiro da época era Lula, e seu governo não hesitou em aceitar de bom grado o convite de seus amigos imperialistas para assumir o trabalho sujo de “manter a ordem” na ilha, o que significa usar de balas contra o povo faminto e revoltado do Haiti. Obviamente que a miséria e a fome, produto de anos de domínio imperialista sobre a ilha, estão longe de serem abolidas por meio de qualquer tipo de “ajuda humanitária”. As revoltas, saques e greves foram cada vez mais a resposta justa do povo haitiano a sua profunda opressão e exploração, como demonstrou a greve geral de uma semana em Porto Príncipe em dezembro de 2003, menos de 6 meses antes da invasão das tropas da ONU, as quais naquele momento eram formadas por cerca de 1500 soldados brasileiros, dos cerca de 5000 soldados enviados por diversos países para essa operação, que foi renovada ao menos até o final de 2016, novo prazo dado pela ONU para a retirada das tropas.

Apesar dos discursos e declarações de Lula na época e agora de Dilma de que “se opõem à repressão”, não se pode esconder que estavam lá para cumprir o objetivo da ONU de conter a revolta generalizada das massas e garantir a manutenção de regimes e governos que atendam aos interesses imperialistas de que o Haiti siga sendo uma semicolônia, submetido às piores condições de penúria e sendo celeiro de mão de obra barata no Caribe para as empresas têxteis.

Passados 11 anos, pouco mudou da situação dos haitianos, a não ser os sonhos e ilusões vendidas pelo atual presidente, Michel Martelly, de que a esperança dos haitianos está em migrarem para o Brasil, onde supostamente encontrariam oportunidades e possibilidade de prosperar, mas que na verdade os atrai para uma nova vida de miséria e desespero, em que eles estão longe de suas famílias e, para sobreviver, se submetem a empregos sub-humanos e em muitos casos análogos à escravidão, como vemos nos milhares de haitianos que chegam hoje ao Brasil e que o governo brasileiro trata com extremo desdém, privando-lhes de direitos básicos e elementares quando estes chegam ao país.

Somente os trabalhadores e o povo haitianos podem dar uma saída justa de sua situação de penúria, se auto-organizando e levantando uma alternativa própria de poder que parta de suas reais demandas, como a independência nacional frente ao imperialismo, reforma agrária, expropriação e nacionalização das empresas sob controle dos próprios trabalhadores. A saída para o Haiti e seu povo é sua autodeterminação, que exige a expulsão imediata das tropas da ONU, e nós trabalhadores brasileiros devemos ser os primeiros a nos solidarizarmos com nossos irmãos haitianos e exigir que o governo pró-imperialista de Lula e do PT retirem já as tropas brasileiras do Haiti!

Fora as tropas do Haiti!!! Pela auto-determinação do povo haitiano!!!




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