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SALÁRIO DO PROFESSOR | Há três anos sem reajuste salarial, professorado paulista perde 25% do seu poder de compra

Sem reajuste há três anos, professores da rede estadual de São Paulo acumulam perda de cerca de um quarto do poder de compra de seus salários. Apesar de dizer que a data-base para o reajuste salarial é em julho, nem o governador Alckmin nem seu secretário de educação José Renato Nalini acenaram com qualquer proposta de reposição salarial para a categoria, sempre enfatizando a dificuldade orçamentária do Estado.

Danilo ParisEditor de política nacional e professor de Sociologia

quarta-feira 2 de agosto de 2017 | Edição do dia

A política salarial de Alckmin está em consonância com o conjunto das reformas de Michel Temer. Arrochar os salários está entre os planos dos governos para diminuir os investimentos em educação, e atacar as condições de trabalho dos professores.

Ainda em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os professores estão com salários e direitos atrasados, passando por um situação de miséria.

A inflação acumulada desde o último reajuste da categoria chega a 22,69%, segundo o INPC-geral calculado pela IBGE.

O aumento do custo de vida por um lado e a falta de reposição salarial por outro precarizam ainda mais as condições de vida e trabalho do professorado paulista. A perda acumulada nos últimos três anos já supera, em muito, os parcos ganhos com a política salarial anterior, que trouxe um incremento salarial de apenas 12% em quatro anos.

A data-base da categoria foi arbitrariamente modificada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), de março para julho no ano de 2015.

Agora julho já chegou ao fim e o governo não apresentou nenhuma proposta de reajuste e nem de reposição das perdas salariais devido à inflação.

O piso nacional para a categoria, que teve reajuste de 11,36% em janeiro, é de R$ 2.135,64, para um profissional de nível médio. Hoje, assim como há dois anos, o salário inicial dos professores da rede estadual paulista permanece em R$ 2.415,89, para profissionais com formação superior, ambos para uma jornada de 40 horas semanais.

Enquanto o salário dos professores permanece congelado, o custo de vida não para de aumentar. Segundo o DIEESE, que calcula o salário mínimo necessário pelo aumento do custo de vida, esse deveria ser de R$ R$ 3.727,19, para o mês de junho de 2017, enquanto o valor para junho de 2015 era de R$ 2.999,66.

Assim, podemos ver que a política salarial do governo paulista para a rede estadual de educação básica tem sido uma política de precarização das condições de vida dos trabalhadores da educação.

Nem mesmo a jornada extra-classe estabelecida pela Lei 11.738, de 2008, a chamada Lei do Piso, é cumprida pelo governo paulista. Com uma jornada legal de até 65 horas de trabalho semanal, a política salarial do tucanato paulista está em consonância com as reformas do golpista Michel Temer.

Enquanto estamos nessa situação dramática, a APEOESP (Sindicato dos professores do estado de São Paulo), dirigida pela CUT e pelo PT se mantém calada e imóvel. O mesmo silencio se viu com a aprovação do limite do teto de gasto, com a lei das terceirizações, e agora recentemente da reforma trabalhista.

Essa burocracia é um verdadeiro entrave para nossa luta, e sua inércia diante de ataques de magnitudes históricas mostra a urgente necessidade de nos organizarmos para derrotar os ataques e as reformas. Se depender deles, seremos cada mais atacados.

Por isso, convidamos cada professor e professora a tomar a luta da educação em suas mãos, e para isso convidamos todos para o Encontro de professores que possamos debater como nos organizar para barrar as reformas e revolucionar a educação. Dia 19 de agosto, às 13 horas, em frente ao metrô Vila Madalena em São Paulo. Venham todos!

Confirme presença e compartilhe o evento do encontro: https://www.facebook.com/events/485808765086720/?ref=br_rs




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