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HC da Unicamp funciona com 350% da capacidade fruto da precarização na saúde de Campinas

O Hospital de Clínicas da Unicamp (HC) emitiu comunicado, no dia 09/03, declarando estar trabalhando com 350% de sua capacidade operacional, a superlotação do Pronto Socorro inclui duas salas de emergência destinada à estabilização dos pacientes graves que chegam ao hospital. Com isso, internações para cirurgias eletivas estão suspensas até o dia 26/03.

sábado 13 de março de 2021 | Edição do dia

Nesta terça, 9, a Unidade de Emergência Referenciada (PS) estava com 67 pacientes. Destes, 41 com indicação de internação em enfermarias (14 COVID confirmados). Havia também oito pacientes graves entubados, e hoje são três (cinco tiveram alta e foram para UTI). Segundo a superintendência do hospital, a medida de suspensão de internações para cirurgias eletivas é para dar vazão aos pacientes do PS. Ao todo, os 30 leitos de UTI estão ocupados, não há mais vagas e também nenhuma perspectiva de abertura de novos leitos de alta complexidade. A direção do HC anunciou abrir 18 leitos de enfermaria até sexta-feira, dia 12.

Sabemos que é por responsabilidade de Bolsonaro e seu negacionismo, Mourão e todos os representantes do regime do golpe, que batemos recordes de mortes no país. O HC, além de estar operando sob condições superlotadas, nesta última quarta-feira, 10, um novo número preocupante é com relação às crianças internadas na unidade. No ano passado eram quatro, hoje já são nove crianças. Conforme o coordenador de assistência do HC, Plínio Trabasso, as causas são diversas, uma delas pode ser devido a volta às aulas presenciais. “Esse número é relativamente grande e é um alerta”, afirma.

O colapso do hospital da Unicamp é fruto irresponsável de políticas não voltadas a um combate efetivo contra a pandemia. A antiga prefeitura de Campinas, de Jonas Donizette (PSB) geriu o sistema de saúde de limite a limite, adotando medidas “restritivas” em situações de colapso, assim como faz João Dória (PSDB) colocando o estado na fase emergencial roxa, quando os hospitais estão trabalhando ultra precarizados e lotados. Além disso, é preciso reafirmar que a superintendência do HC também foi conivente com a precariedade do hospital, junto com a reitoria, que chegou a racionar álcool em gel e máscaras para os trabalhadores.

Dário Saadi (Republicanos) segue o mesmo plano catastrófico de Dória e herda, sem mudanças, a crise sanitária deixada por Jonas. Sem aplicação de testes massivos na população, ou seja, sem controle científico da quarentena, com a reabertura desregulada de setores comerciais, superlotação no transporte público (precário) e volta às aulas presenciais, sua gestão coloca milhares de trabalhadores sob alta exposição e, inclusive, crianças.

Em uma situação como essa, é urgente a contratação de novo pessoal nas equipes médicas. Além disso, ninguém do grupo de risco deve ir trabalhar (nem da área da saúde e nem as terceirizadas do bandejão e da limpeza). Nos setores essenciais, deve existir a garantia de comissões de segurança e higiene, eleitas entre os próprios trabalhadores, que devem ter pleno poder de decisão sobre as condições de segurança no trabalho. Também devemos exigir a reconversão da produção de todas as indústrias não essenciais necessárias para garantir a produção, sob controle dos trabalhadores, dos equipamentos e insumos para leitos, testes, vacinas etc. Por fim, todas as organizações de trabalhadores, como os sindicatos, devem exigir um plano efetivo de vacinação na cidade, suspensão das atividades não essenciais (com liberação remunerada) e auxílio emergencial de um salário mínimo para todos desempregados.




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