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O ministro da economia Paulo Guedes afirmou nesta quinta-feira (4) que haverá novamente auxílio emergencial, mas somente para metade das pessoas que acessaram o benefício anteriormente. Em troca dessa assistência, Guedes quer aprovar uma medida de ajuste fiscal que congele alguns “gastos” públicos, à moda EC 95 do teto de gastos.

sexta-feira 5 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Reuters

O auxílio que no início do programa atingiu um terço da população brasileira, agora vai atingir no máximo um sexto dela, porque, segundo Guedes, o resto das pessoas que antes solicitaram o auxílio, agora têm outros benefícios como o bolsa família - que chega no máximo a 200 reais - e, portanto, não precisariam da assistência (lembrando que 200 reais é um terço do valor de uma cesta básica e, portanto, insuficiente para o sustento de alguém).

As declarações do ministro da economia vieram depois de uma reunião com o novo presidente do senado Rodrigo Pacheco que supostamente estaria preocupado com a situação da pandemia, cobrando ajuda da pasta econômica para os mais vulneráveis. No entanto, não se pode cair no jogo demagógico desses parlamentares que fingem uma preocupação com a população enquanto a moeda de troca para isso é congelar ainda mais os gastos em áreas sociais e aprovar ajustes que pioram a vida da classe trabalhadora, como a reforma administrativa. Além disso, Rodrigo Pacheco votou em 2017 a favor da reforma trabalhista, que destruiu direitos históricos conquistados pelos trabalhadores e apoiou a MP 936 que reduziu e suspendeu salários durante a pandemia sendo um claro inimigo da classe trabalhadora.

É necessário lembrar que a moeda de troca dessa nova assistência será mais um ajuste fiscal, ou seja, mais uma medida que congela gastos do governo. Nesse sentido, vale ressaltar como essa medida pode assemelhar-se com a PEC do Teto de Gastos aprovada em 2016 que hoje é uma das grandes responsáveis pela calamidade pela qual o Brasil passa, pois congela gastos com a saúde, por exemplo, causando inúmeras demissões e sucateamento de postos e hospitais, tal como ocorreu em Manaus, onde a falta de respiradores e oxigênio asfixiou a população até a morte.

Mesmo que o novo valor do auxílio não tenha sido divulgado, é fundamental que seja exigido um valor de no mínimo 2000 reais - apesar do DIEESE afirmar que o salário mínimo deveria ser de R$ 4.342 - que seria o mínimo suficiente para uma pessoa trabalhadora informal ou desempregada sustentar-se dignamente. Também é necessário defender a garantia da renda e do emprego dos trabalhadores com a proibição das demissões. Essas são as exigências mínimas que os trabalhadores devem reivindicar para que se tenha um acesso a direitos básicos durante a pandemia, sem acreditar na demagogia de parlamentares que não se preocupam com a vida da classe trabalhadora e aprovam medidas que destroem seus direitos.




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