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venezuela | Guaidó não é Governo, mas paga a fraudulenta dívida externa assim como Maduro

A assembleia nacional, nas mãos do golpista Guaidó autorizou nesta quarta-feira o pagamento de 71 milhões de dólares a credores internacionais de bônus da PDVSA (Petróleos Venezuela SA). Não governa, mas já paga a dívida.

sexta-feira 26 de abril de 2019 | Edição do dia

Milton D’León | Caracas @MiltonDLeon

A Comissão de Finanças da Assembléia Nacional (AN), nas mãos do autoproclamado “presidente encarregado” do país, autorizou nesta quarta o pagamento de 71 milhões de dólares em juros a credores internacionais detentores de títulos da PDVSA (Petróleos Venezuela SA) que vencem em 2020. Sim, os mesmos que falam de ajuda humanitária estão pagando aos abutres com dinheiros do povo venezuelano.

Ainda que esse pagamento de juros deverá ser referendado pela totalidade da Assembleia Nacional na próxima semana, este já é um fato e se trata do primeiro pagamento da dívida externa que impulsiona Guaidó. Este personagem criado por Washington não chegou ao governo e já se mostra tão “responsável” quanto Maduro para continuar pagando religiosamente a dívida externa, enquanto o povo segue padecendo das calamidades da catástrofe.

Como todos sabemos, o imperialismo estadunidense tem literalmente confiscado ativos extraterritoriais da Venezuela nos estados Unidos, incluindo contas líquidas que correspondem soberanamente ao país. A direita crioula dá seu aval e apoia toda medida de Washington, diz que o faz para “proteger” os ativos do país das mãos de Maduro, mas sabemos para quem realmente estão cuidando.

Lembremos que a oposição de direita, por meio da Assembleia Nacional, realizou um pedido em mediados de janeiro a 46 países, incluindo os 28 da União Européia (EU), para que proibissem o governo de Maduro de fazer uso dos fundos e ativos que pertençam ao Estado em seus territórios. Ou seja, um chamado ao confisco direto por parte destes países dos ativos venezuelanos, com os Estados Unidos à cabeça.

Lembremos que em janeiro, logo que Guaidó se autoproclamara “presidente”, com a prévia planificação e com o reconhecimento automático dos EUA, Washington impulsionou sanções à PDVSA que incluíram o bloqueio dos fundos de Citgo com o suposto objetivo de “transferir eventualmente a um novo governo”. Citgo, com sede em Houstos (Texas), tem três refinarias nos EUA, que em conjunto processam em torno de 750 mil barris de petróleo venezuelano crú por dia, além de 48 terminais de armazenamento e distribuição, com 6000 postos de gasolina, e possui valor estimado entre 8 e 13 bilhões de dólares.

Citgo já é uma empresa prejudicada pela própria irresponsabilidade do governo de Maduro. 50,1% de suas ações foram colocadas como garantia para respaldar transações de títulos da dívida. Os restantes 49,9% está comprometido com a petroleira russa Rosneft, como garantia de um financiamento. Com as sanções anunciadas em janeiro pelos Estados Unidos, essas ações poderiam entram em risco, já que o governo de Maduro teria mais limites para enfrentar os pagamentos externos. Mas Guaidó chegou ao “resgate” dos credores e com a permissão de Washington os pagamentos da dívida seguem sendo realizados em base aos confiscos das contas líquidas que pertencem à nação.

Washington tem divulgado que Citgo está sob a “administração” de Guaidó, pois está supostamente dirigida por uma junta diretiva sob mando de Luisa Palácios. Mas na verdade essas marionetes não podem fazer absolutamente nada que não provenha ou seja aprovado pelo departamento do Tesouro sobre tudo ao que corresponde a esta empresa petroleira venezuelana nos Estados Unidos.

Qualquer procedimento ou ação requer permissão do Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro, ou seja, a suposta “junta administradora” de Guaidó não controla as operações diárias da indústria. A ordem de cancelamento direto dos títulos vem realmente desde Washington, mas são “freadas” pela Assembleia Nacional para dar um ar de “legalidade” a isso que é na verdade um roubo. Toda esta trama e mecanismos são apenas uma amostra do que significaria um regime político ao serviço da semicolonização que buscam os EUA.

Não é a empresa Citgo que esses lacaios protegem e sim aos próprios credores internacionais; e alegam que “Maduro não deveria realizar esses pagamentos” já que carece de “legitimidade”. Mas eles sim podem pagar a dívida. Novamente se desmascara o discurso desta direita golpista que enquanto fala de “ajuda humanitária” se dispõe com toda força a seguir enchendo os bolsos dos abutres internacionais enquanto o povo segue morrendo de fome.

Nem com Maduro, mas muito menos com a direita e o Imperialismo há saída para os trabalhadores e o povo venezuelano. A única saída progressiva virá da mão dos próprios trabalhadores em função de seus interesses fundamentais. Basta de esfomear o povo, nem um centavo mais ao pagamento da dívida externa. Dinheiro para saúde, alimentação e educação, não para os abutres internacionais.




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