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SÍRIA | Grupos opositores na Síria dizem que o governo rompeu o cessar fogo

O exército sírio lançou uma ofensiva sobre territórios controlados pela oposição nas zonas próximas a Damasco. O frágil acordo de cessar fogo costurado por Russia e Turquia estaria por um fio.

quarta-feira 4 de janeiro de 2017 | Edição do dia

O Observatório de Direitos Humanos, uma organização com sede no Reino Unido, informou que o Exército sírio continua com sua ofensiva no vale do rio Barada, zona controlada pelos grupos opositores a Assad, nos arredores de Damasco – cuja população sofre a carestia de água potável-, apesar da trégua vigente no país desde a sexta-feira passada.

A nova ofensiva do Exército sírio se dá sobre a região de Uadi Barada, na qual se encontram os mananciais de água que abastecem Damasco e seus arredores. O abastecimento de água na capital síria, está interrompido há duas semanas por uma explosão numa planta de bombeamento em Ain al Faiya, da qual se acusam de ter sido responsável tanto o governo quanto a oposição.

A ONU reabilitou e equipou poços de água dentro de Damasco e sua periferia, para atender um terço das necessidades diárias da população por água potável, cuja escassez afeta a pelo menos quatro milhões de habitantes da capital e suas redondezas, desde o final de dezembro. Segundo a ONU, que denunciou a falta de água potável em Damasco e sua periferia no último dia 29 de dezembro, as autoridades sírias ativaram um “plano de emergência”, apoiado também por caminhões-cisterna destinados a socorrer a sede da população.

A ofensiva contra o vale do rio Barada foi considerada, pelos grupos opositores, como uma “grave violação da trégua” e levou o Exército Livre Sírio (ELS) a anunciar que “congela” sua participação nas negociações que ocorreriam no final desse mês na cidade de Astana, capital do Cazaquistão.

Os opositores do governo de Assad dizem que o Exército busca recapturar a área, onde se encontra um importante manancial que supre a maior parte da água que consome Damasco e que cruza uma rota que une a capital síria com o Líbano e que é utilizada pelo Hezbollah.

Em um comunicado, os grupos opositores também disseram que qualquer avanço territorial do Exército sírio poria fim ao frágil cessar fogo que entrou em vigor na terça e foi mediado pela Rússia e Turquia.

O cessar fogo foi respaldado pelo Conselho de Segurança da ONU como medida prévia à conferência de paz na capital do Cazaquistão, Astana. Mas do mesmo modo que outros acordos prévios de cessar de hostilidades, o pacto atual é frágil desde o início e foram reportados enfrentamentos em algumas áreas, ainda que se tenha respeitado principalmente nas zonas que o Exército sírio conseguiu retomar com o apoio dos bombardeios russos, que no caso de Alepo produziram um massacre e crises humanitárias para a população civil.

Tradução: Yuri Marcolino




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