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GREVE PETROLEIROS | Greve na Petrobras paralisa 45 plataformas

Na terça-feira, 3, no terceiro dia de greve na Petrobras, os sindicalistas declararam ter conseguido a adesão de trabalhadores de 45 plataformas da Bacia de Campos, responsável por mais de 70% da produção de petróleo no país, e também de 13 unidades produtoras do Rio Grande do Norte. Com isso, 450 mil barris de petróleo por dia deixaram de ser produzidos, o equivalente a 20% de toda a produção nacional.

terça-feira 3 de novembro de 2015 | 09:45

Além da garantia dada pela Petrobras de que o fornecimento de combustíveis será mantido, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirmou, em comunicado, que "tem como função garantir o abastecimento nacional de combustíveis. No momento, não há risco de desabastecimento. Caso haja, a ANP tomará as medidas cabíveis".

A burocracia sindical da FUP, ligada à CUT e ao governo federal, se comprometeu com o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) a "não prejudicar a população com a greve", ou seja, a não ameaçar os acionistas da empresa, dando sinais claros de que falsifica uma combatividade para poder limitar com mais "autoridade" a luta dos petroleiros, em sua greve mais forte de 1995.

Uma fonte do Planalto disse que o caixa da Petrobras pode ser afetado pela greve, além de dar como certa a queda nas exportações.

Segundo a administração da empresa, "apenas na semana que vem" vai se preocupar com a balança comercial. Dentro da companhia, o discurso é de "serenidade". A mensagem é que a balança comercial vai continuar favorecendo o resultado financeiro, como aconteceu no primeiro semestre.

De janeiro a junho, as exportações de petróleo cresceram 107%, enquanto as importações caíram 35%, como traz o relatório relativo ao resultado financeiro do segundo trimestre. Como o consumo de combustíveis no Brasil está em queda, por causa da crise, sobrou petróleo para vender no exterior. O resultado foi uma geração de receita de R$ 15,19 bilhões no semestre.

Todo este dinheiro, que poderia ser revertido para o desenvolvimento de melhoras nos sistemas educativos e da saúde, a garantia de vagas nas universidades públicas para todos os que queiram estudar, entre outros benefícios sociais, entra diretamente nos bolsos dos acionistas e da burocracia sindical da CUT, que defende seus privilégios junto à empresa e ao governo Dilma, enquanto a Petrobrás está sendo privatizada (com as vendas de ações para a Shell, os leilões de bacias petrolíferas como Libra, etc.).

A greve na Petrobras foi iniciada na quinta-feira, por indicação da FNP, que possui cinco sindicatos filiados. A pauta de reivindicação é a manutenção de benefícios trabalhistas e reajuste salarial de 18%. No domingo, o movimento ganhou força, quando também a Federação Única dos Petroleiros (FUP) indicou a paralisação nas unidades instaladas na área de abrangência dos seus 13 sindicatos, entre elas, a Bacia de Campos. A FUP pede o fim do plano de venda do patrimônio da empresa.

Questionado sobre o que fazer neste cenário Leandro Lanfredi comentou, “os petroleiros precisam tomar consciência que esta greve tem que ser levada até as últimas consequências, retomar o espírito dos garis do Rio e gritar ’não tem arrego’. Isto pode significar falta de combustíveis ou que sejam preparadas verdadeiras tomadas da produção, mas isto só é possível se adotarmos aquele espírito confiante e sem fraquejar dos garis. Precisaremos superar a traição que a FUP está armando. Se formos à greve ’sem arrego’, autoorganizados e unificando efetivos e terceirizados, poderemos sacudir o país e conseguir que outras categorias venham ao nosso apoio. A causa da Petrobras não é só nossa, é de todos trabalhadores brasileiros.”




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