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GREVE GM | Greve na GM de São José dos Campos: construir uma ampla solidariedade

Hoje, sexta-feira 20, os trabalhadores da General Motors da planta de São José dos Campos entraram em greve por tempo indeterminado contra o plano de demissão que a empresa quer impor a 794 trabalhadores. Após um longo lay-off (suspensão de contrato temporário) que durou de setembro até o último dia 13, quando os trabalhadores retornaram ao trabalho, a empresa quer agora demitir. A empresa vinha já com um Plano de Demissão Voluntária, que não conseguiu atingir a meta de adesão. É preciso cercar a greve de solidariedade para barrar as demissões.

Leo AndradeCampinas

sexta-feira 20 de fevereiro de 2015 | 18:08

A guerra entre o Sindicato de Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, e a GM não é de agora. Desde 2009 a empresa vem de lay-off em lay-off e aplicando um processo de reestruturação produtiva na fábrica. Mas o momento de queda na indústria, vindo de um 2014 em que o setor automotivo recuou 9% na produção e também um ano em que a industria de transformação demitiu mais que contratou, o primeiro ano negativo nos últimos 13 anos, intensificam a situação em que a empresa queira descarregar sua crise nas costas dos trabalhadores.

A empresa ofereceu apenas dois caminhos, novo lay-off de 794 trabalhadores por dois meses e ao fim da suspensão demitir todos esses trabalhadores, ou demitir todos imediatamente. Ou seja, não há caminho se não a greve.

Começamos o ano com uma forte e importante greve na Volks do ABC, onde foram revertidas 800 demissões, e os trabalhadores da GM também podem vencer.

O presidente do sindicato, Macapá, afirmou: “A greve é nossa única forma de impedir uma demissão em massa na GM. Queremos convocar todas as centrais sindicais do país a se unirem aos trabalhadores daqui para lutar contra esse plano absurdo da montadora. Nós já havíamos dado o recado para a empresa, de que se houvesse demissão, haveria greve. Agora, só retornaremos ao trabalho quando nossas reivindicações forem atendidas.”

No quarto trimestre de 2014 a GM teve um lucro exorbitante de US$1,99 bilhão, muito acima das expectativas dos analistas. Além disso recebeu da presidente Dilma isenções fiscais, que garante uma alta lucratividade da empresa com dinheiro do governo. Não há, portanto, qualquer motivo que justifique as demissões.

É preciso criar uma solidariedade ativa desde já nos locais de trabalho, nos sindicatos das mais diversas categorias, entre todas centrais sindicais, na juventude, universidades e locais de estudos, porque o que está em jogo na GM é o início de um longo ano de luta em defesa do emprego. E o emprego se vence na luta, demitiu é greve. É preciso que toda a classe trabalhadora tome a greve da GM como sua luta em defesa do emprego. Por isso devemos criar comitês de solidariedade, fundo de greve e participar das ações que os trabalhadores da GM chamem para que vejam que não estão sozinhos.




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