terça-feira 3 de novembro de 2015 | 17:20
Na mais forte greve desde a histórica luta de 1995 os petroleiros já estão de braços cruzados há 6 dias em algumas unidades, em várias outras, lideradas pela governista Federação Única dos Petroleiros (FUP) a greve está entrando em seu terceiro dia.
A força desta greve que já alcançou em maior ou menor grau praticamente todas unidades operacionais do país, afetando até mesmo locais que nunca haviam participado de movimentos de greve como o Centro Nacional de Controle Operacional(CNCO).
A contundência deste movimento, apesar dos freios colocados pela maior federação petroleira (a FUP) mostra a força da classe trabalhadora brasileira. A greve começa a ameaçar a produção de combustíveis por falta de petróleo e pode chegar a impactar todo país quando for consumido o estoque de petróleo atual e as distribuidoras de derivados esgotarem seus estoques de diesel, gasolina, GLP. Entenda de forma mais detalhada como pode vir a faltar combustíveis lendo este outro artigo.
A greve dos trabalhadores contra a privatização da empresa e pela defesa de seus direitos, como o reajuste do salário de acordo com a inflação e não retirada de direitos do acordo coletivo já está impactando fortemente a produção. A Petrobras segue intransigente, sequer agendando negociação. O governo Dilma finge que não é com ele e nem se pronunciou.
Se o impacto na produção persistir, se os sindicatos governistas da Federação Única dos Petroleiros que hesitaram e evitaram entrar nesta luta contra o governo do PT não “arregarem” da greve, em poucos dias começara a faltar combustíveis em várias áreas do país.
Se faltar combustíveis a culpa é de Dilma que quer privatizar a Petrobras e atacar os salários e direitos
Constatada esta situação conversamos com Leandro Lanfredi, trabalhador do Terminal de Campos Elíseos e um dos editores do Esquerda Diário, ele comentou o seguinte: “se o quadro atual de produção se mantiver haverá em alguns dias falta de petróleo para produzir derivados. Esta possível falta de combustiveis será inteiramente responsabilidade do governo Dilma que está tocando um projeto de privatização da maior empresa do país. Este projeto unifica petistas, tucanos e o PMDB. Não há sequer negociações agendadas, a empresa está intransigente mostrando que quer pagar para ver e insiste em cortar nossos direitos e ameaçar a existência da empresa.”
O Esquerda Diário questionou o petroleiro sobre o diagnóstico de possível falta de petróleo uma vez que a Federação Única dos Petroleiros tem afirmado em muitos comunicados que não haverá falta de nenhuma maneira, frente a isto ele comentou: “estas declarações da FUP só podem significar uma coisa, estão contando as horas para trair o movimento pois não há nenhum movimento real para tomar a produção nas refinarias e terminais que seria o único caminho para nós petroleiros garantirmos que não haverá falta. Qualquer um com um pouco de informação, e eles seguramente tem muita informação, pode deduzir que começará a faltar petróleo, então como não estão preparando seriamente nenhuma tomada da produção pelos próprios sindicatos só pode significar que se preparam para sair da greve antes que falte combustíveis, ou seja em poucos dias.”
Questionado sobre o que fazer neste cenário Leandro Lanfredi comentou, “os petroleiros precisam tomar consciência que esta greve tem que ser levada até as últimas consequências, retomar o espírito dos garis do Rio e gritar “não tem arrego”. Isto pode siginificar falta de combustiveis ou que sejam preparadas verdadeiras tomadas da produção, mas isto só é possível se adotarmos aquele espírito confiante e sem fraquejar dos garis. Precisaremos superemos a traição que a FUP está armando. Se formos à greve “sem arrego” poderemos sacudir o país e conseguir que outras categorias venham ao nosso apoio. A causa da Petrobras não é só nossa, é de todos trabalhadores brasileiros.”
