Guilherme de Almeida SoaresSão Paulo
terça-feira 1º de março de 2016 | 00:00
Na assembleia de professores do Piauí, realizada nesta segunda-feira no Teatro de Arena, foi decidido que a greve que já dura mais de 15 dias irá continuar. Na reunião que aconteceu na ultima quinta-feira, o governo do Estado propôs pagar o reajuste salarial da categoria em duas parcelas, 5% em janeiro e a segunda parcela (6,36%) somente no mês de outubro. A proposta da categoria é o pagamento do reajuste em parcela única, retroativa à janeiro.
Como resposta à greve, o governador do estado do Piauí, Wellington Dias (PT), enviou uma carta aberta aos professores estaduais pedindo ‘’bom senso’’. Nesta carta, o governador pede compreensão dos professores sobre a situação que vive o país, que isso impossibilita o reajuste salarial de 11,36% pago em única parcela. O governador também afirma que esta cumprindo a lei do piso, por isso não vê motivos para que a categoria seja tão irredutível.
Esta carta que o governador do Piauí mandou para os professores é uma afronta, pois enquanto a categoria paga suas contas com o salário de miséria que grande maioria da classe docente ganha, o governador do Estado, além de ganhar o seu alto salário, recebe diversos privilégios comum à classe dos políticos. Enquanto o governador do Piauí pede calma aos professores, segue a cartilha dos demais Estados no Brasil que, mesmo no período de crise econômica, mantém os altos salário dos funcionários de alto escalão, o pagamento da dívida aos grandes capitalistas e fazem com que os trabalhadores paguem pela crise.
Para além das contas, o que o governador faz questão de esconder é que enquanto pede para a categoria docente ter ‘’bom senso’’ a inflação, que está na casa dos dois dígitos, corrói o poder de compra do salário do professorado. Ou seja, se depender do governador do Piauí, os professores vão terminar o ano de 2016 recebendo menos do que no começo do ano. Além do mais, a promessa do governador do estado do Piauí é extremamente enganosa, pois até outubro, com a dinâmica da crise econômica no país, a inflação já vai ter corrido o salário dos professores.
O que o governador do Piauí não quer questionar é que enquanto os professores ficam esperando a promessa de um reajuste salarial somente em outubro, os bancos, os grandes empresários continuam com a sua sede de lucro. Por trás desta carta demonstra que Wellington Dias, assim como outros governadores pelo Brasil, quer descarregar o peso da crise nas costas dos trabalhadores. Dinheiro o governo do Piauí tem, o que falta é vontade política para tirar dos grandes empresários e banqueiros para investir nos professores e na educação.
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