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PROPOSTAS PARA OS ESTUDANTES DA UFRJ | Greve! Chega de estudar com alguém passando fome, a UFRJ precisa ser transformada!

Os políticos dos grandes partidos (PT, PMDB, PSDB) aumentam seus próprios salários, e benefícios (bolsas-paletó, viagens para as esposas, moradia e auxílio educação para os seus filhos), triplicam fundo partidário, dizem que “a economia anda mal” e com esta justificativa aplicam um imenso ajuste fiscal anti-popular.

quarta-feira 27 de maio de 2015 | 00:00

Os políticos dos grandes partidos (PT, PMDB, PSDB) aumentam seus próprios salários, e benefícios (bolsas-paletó, viagens para as esposas, moradia e auxílio educação para os seus filhos), triplicam fundo partidário, dizem que “a economia anda mal” e com esta justificativa aplicam um imenso ajuste fiscal anti-popular.

Para estas coisas e para o pagamento da dívida há verbas, para educação não. No orçamento federal da educação, incluindo as universidades federais, o corte já chega a 9 bilhões, um grande ataque às condições de vida dos estudantes e trabalhadores destas universidades.

Nas universidades, está colocada a necessidade dos estudantes defenderem suas próprias condições de permanência, e também à dos trabalhadores terceirizados. Foi este corte, que caiu na conta dos trabalhadores terceirizados da limpeza, que levou a fechar 24 unidades na UFRJ, e foi por causa dele que os estudantes ocuparam a REItoria da UFRJ, levantando também a denúncia das condições péssimas em que vivem os estudantes do alojamento, com ratos, pombos e pedaço do teto caindo. Condições tão precárias que algum ocupantes que também eram do alojamento falavam que a ocupação era muito melhor para viver em termos de salubridade, alimentação que a própria moradia providenciada pela universidade.

A UFRJ voltou a funcionar sem que os trabalhadores recebessem o pagamento integral dos seus salários e direitos, que por si só já era um salário de fome. E é porque estas questões estão longe de serem resolvidas que estamos na iminência da greve, junto também aos técnicos administrativos e professores, na greve nacional da FASUBRA e ANDES.

Este é o momento dos estudantes defenderem a permanência de quem já passa sufoco dentro da universidade, mas também questionar que tipo de universidade é esta em que vários estudantes não tem aonde morar, e os que tem alojamento, são em condições precaríssimas.

Podemos fazer desta uma forte bandeira para alojamento para todos os estudantes que vem de outros estados, por bolsas de permanência durante toda a graduação para os estudantes cotistas e de baixa-renda, e que estas bolsas tenham como piso o salário mínimo! Para que nenhum estudante fique sem comer, por bandejão em todos os campi, que sirva toda a comunidade da UFRJ, com funcionários efetivos e incorporação dos terceirizados neste processo de contratação.

Os estudantes que estão sofrendo com os cortes precisam questionar que universidade é esta que tem seu alicerce no trabalho precário, exercido por uma maioria de mulheres negras terceirizadas, que pela flexibilização dos seus direitos trabalhistas, foram as primeiras a sofrerem o corte. Pelo pagamento imediato e integral dos salários e direitos trabalhistas dos terceirizados! E para que isto nunca mais aconteça, pela efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso!

As universidades no Brasil excluem a maioria de negros e os trabalhadores de dentro dela. Os terceirizados podem limpar a sujeira dos estudantes e professores, mas não podem estar dentro da sala de aula. De uma universidade deste tipo, não se poderia esperar nada além destes cortes e de falta de condições de permanência para os estudantes negros e pobres.

Enquanto isso, para as grandes empresas como a Petrobrás, e cursos privados (que são pagos), a UFRJ dá de bandeja toda sua estrutura e produção de conhecimento sem pedir nada em troca. Pelo livre-acesso dos terceirizados e de seus filhos a universidade para que possam estudar e por cotas proporcionais ao número de negros no estado! Façamos desta luta por moradia, por permanência, pelos terceirizados também uma luta para tornar a universidade mais negra! Que este seja o primeiro passo na luta por acabar com o vestibular, filtro social que deixa a maioria negra de fora das salas de aula.

A situação que a UFRJ passa é um sintoma da crise geral de todas as universidades do Brasil, federais, estaduais e particulares, se trata de um processo de restruturação da universidade atendendo à divisão de produção do conhecimento internacionalmente, aos interesses do lucro neste momento.

Todas estão sendo fatiadas radicalmente na sua estrutura. Contra este processo, é preciso unificar com os estudantes das outras universidades, que poderia começar regionalmente, no Rio de Janeiro, e para isso é preciso coordenar estudantes da UFRJ, UFF, UERJ, que já estão em processo de luta, com estudantes da UNIRIO, UEZO, UENF, UFRRJ. Em cada local de estudo, os estudantes devem se organizar nas assembléias para definir suas demandas e métodos de luta, e destas assembléias, eleger representantes revogáveis, que possam formar uma coordenação entre os cursos e as universidades que expresse a vontade de milhares de estudantes.

A universidade precisa ser refundada, e este papel cabe aos estudantes, trabalhadores efetivos e terceirizados e professores. Seu estatuto, herdeiro da ditadura militar, precisa ser reescrito por completo, e defendemos que cabe à estes três setores da universidade, com maioria dos estudantes, definir como ela deveria funcionar.

Este programa foi defendido por Roberto Leher, eleito com 9 mil votos de estudantes, e este é o momento começar à organizar toda esta força movida nas suas eleições para colocá-lo em prática. A crise universitária só vai se resolver quando as reitorias e as burocracias acadêmicas, que são ferramentas para aplicar o ajuste, sejam completamente varridas e substituídas por um governo dos professores, técnico-administrativos e terceirizados, e maioria de estudantes, eleito e revogável em assembléias nos cursos e locais de trabalho.




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