quinta-feira 23 de julho de 2015 | 13:50
Os sinónimos da palavra “crise” são fome, miséria ou desemprego para a maioria do povo grego. Porém, para um punhado de empresários, “crise” é sinônimo de “oportunidade”. O bilionário americano Warren Buffet, acionista de empresas como a Coca-Colça e Kraft Foods, aproveitou a oferta que significa o estado em bancarrota e, tendo como sócio o italiano Alessandro Proto, acionista do jornal “New York Times” comprou a ilha de São Tomás – uma ilhota desabitada de 1,2km quadrados localizada no Golfo Sarônico, a 45minutos de Atenas. A ilha foi arrebatada por 15 milhões de euros.
Por sua vez o ator de Holywood Johnny Depp se tornou proprietário de uma ilhota chamada Stongylo no mar Egeu da Grécia, pagando 4,2 milhões de euros. Segundo comentou à agência chinesa de notícias Xinhua o portavoz do grupo financeiro Proto Organization Ltd, Steven Taylor: “Neste momento a Grécia é uma presa muito cobiçada pelos investidores. Depois do novo empréstimo feito pela União Europeia está claro que é o melhor momento para investir na Grécia”.
O país heleno conta com mais de 6 mil ilhas e ilhotas que a lei permite vender em benefício do Estado que recentemente introduziu um imposto à propriedade. Algumas delas, inclusive a preço de dois milhões de dólares valem menos do que custa um cahlé em Aspen ou um apartamento em um bairro caro de Manhattan.
Depois de contar com o dinheiro só restar tem um pouco de paciência – e um bom gestor – para passar os trâmites da burocracia estatal. Depois de uma série de procedimentos que consistem em tramitar mais de trinta documentos e certificados (entre eles informes da agência arqueológica que avalia que não existem antiguidades na ilha), os bilionários podem usar o terreno seja para diversão ou negócios.
Desta maneira, depois de aceitar o devastador pacote de reformas acordados entre o Governo do Syriza e a Troika a Grécia segue em leilão e seu povo já não deve aguentar somente que lhe retirem aposentadorias e salários, somadas a carestia de vida, agora também devem aguentar que milionários dos principais países imperialistas venham tomar suas ilhas.
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