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ENTREVISTA OKDE-S GRÉCIA | Grécia: "Se tivéssemos de fazer uma definição, diria que é um governo de colaboração de classes"

Entrevistamos Manos Skoufoglou, da organização OKDE-Spartakos, integrante da Antarsya, coalizão da esquerda anticapitalista na Grécia. Que expressa o Syriza? Como foram os primeiros meses de governo, frente às promessas durante a campanha eleitoral, as expectativas dos trabalhadores e a crise econômica?

quarta-feira 8 de abril de 2015 | Edição do dia

O que expressa o resultado das eleições do dia 25 de janeiro?

O que ficou expresso principalmente na votação de 25 de janeiro foi a ira e o ódio massivo sobre o anterior governo da Nova Democracia (ND, o partido tradicional da direita) e o PASOK (Partido Socialdemocrata que está completamente aburguesado). Estes dois partidos tem sido os principais atores do violento ataque que a classe operária e o povo da Grécia tem sofrido durante os últimos 5 anos.

Seu governo se caracterizou pelas medidas de austeridade cada vez mais duras, o autoritarismo, a árdua repressão sobre trabalhadores e estudantes, e o não financiamento de qualquer tipo de assistência social. A ira contra esse governo era um sentimento massivo perfeitamente justificado e previsível. Era um sentimento de perplexidade, ainda que nesta conjuntura específica tomou a forma de expectativa eleitoral relativamente passiva no lugar da ação militante ativa. Não se pode entender as raízes desta atitude sem fazer um balanço do movimento dos trabalhadores desde 2010.

Desde o início do programa aplicado pelo FMI em maio de 2010, o país tem passado por um período de luta de classes imensamente acentuado. Quase três dezenas de greves gerais, manifestações massivas dos trabalhadores, o chamado movimento dos indignados, ocupação de edifícios públicos (prefeituras, sede do Ministério, etc.), greves prolongadas em diversos setores (trabalhadores do transporte público, trabalhadores do aço, trabalhadores das universidades e trabalhadoras domésticas, entre outros), assembleias antifascistas, inclusive certos experimentos de autogestão (a fábrica VIO.ME, a televisão nacional ERT e da companhia de radio).

Todos estes foram diferentes aspectos entrelaçados de um movimento múltiplo. Este movimento desafiou a classe burguesa e provocou uma prolongada crise política, que na realidade ainda está em curso. Contudo, tem sofrido um retrocesso visível desde fevereiro de 2012, apesar de seguirem dando algumas lutas muito importantes. As razões tem sido objetivas e subjetivas: por um lado, a frustração pela incapacidade para bloquear de maneira efetiva as medidas de austeridade a curto prazo, apesar de todas as lutas heroicas, e por outro, o papel das lideranças, tanto sindicais como políticas, quem constantemente propugnavam uma perspectiva meramente eleitoral para o movimento.

Em 2011, uma parte considerável da classe operária se questionava seriamente acerca da forma de organizar a sociedade: como podemos nos livrar da dívida, qual governo se não é o parlamento existente? Qual sistema? Contudo, no ponto crítico os dirigentes dos grandes partidos de esquerda, sem dúvida SYRIZA e também o PC à sua maneira, não tem nada para propor que não seja as eleições. O significado era: a relação de forças é esmagadora, assim que se deve esperar as eleições para se livrar da austeridade com os votos. Esta expectativa foi o conteúdo concreto das eleições de janeiro. Ao mesmo tempo, tem sido o resultado do levantamento anterior do movimento dos trabalhadores, bem como de seus limites.

Qual é sua definição política sobre o governo Syriza-Anel?

Esta é na realidade a pergunta chave hoje. O tão elogiado "governo de esquerda", na realidade não é um governo de esquerda, ainda que o ator principal seja SYRIZA, um partido de esquerda socialdemocrata. Além disso, de nenhuma maneira é um "governo dos trabalhadores". Se tivéssemos que fazer uma definição, a mais apropriada seria: um "governo de colaboração de classes", tanto em termos de sua composição como em termos de programa.

O próprio Tsipras tem se descrito como um "governo de salvação nacional". Este conceito explica porque SYRIZA, depois de sua vitória, propôs e elegeu Prokopis Pavlopoulos para ser o novo Presidente da República. Pavlopoulos é um ativo quadro da ND que em seu momento, como ministro do Interior, havia sido o encarregado de reprimir as revoltas de dezembro de 2008.

O governo de Tsipras em realidade se compõe de quadros procedentes de todo os espectros sociais; combina os velhos militantes da esquerda, os novos quadros do aparato de SYRIZA, intelectuais de esquerda, modernos economistas convencionais, tecnocratas e construtores, como as pessoas do mundo dos negócios e burocratas previamente vinculados a Simitis e Papandreou (ex presidentes de PASOK).

O fator determinante, contudo, não se deve principalmente à composição social do governo, e sim à integração de vários socialdemocratas e principalmente do partido nacionalista burguês de ANEL (Gregos Independentes).

Desde 2012, SYRIZA e ANEL vem se alinhando em nome da luta contra o Memorando. Sobretudo depois do acordo oficial Tsipras-Kammenos sobre a questão de Chipre na primavera de 2013, sua futura colaboração governamental tem sido um segredo aberto, contrariamente ao argumento utilizado por seus defensores acríticos de todo mundo, SYRIZA tinha uma alternativa. Ele poderia ter formado um governo minoritário e reivindicado um voto de confiança do Parlamento, o que teria sido fácil de ganhar. De todo modo, acusar o PC ou inclusive a ANTARSYA de "forçar" o SYRIZA a uma coalizão com ANEL, é altamente hipócrita. SYRIZA tinha chegado a um acordo com ANEL antes de abordar outras coalizões.

Os seguidores de SYRIZA afirmariam que estas alianças não são determinantes, mas isto não é certo. O Ministério da Economia está em mãos de Yanis Varoufakis, economista acadêmico keynesiano estreitamente relacionado com Galbraith Junior; nunca foi um militante de esquerda. E o que é ainda mais revelador é que nenhuma das duas forças armadas estatais são controladas pelo SYRIZA: as Forças Armadas tem sido concedidas a Kammenos, o chefe da direita nacionalista do ANEL, e a Polícia oferecida a Panousis, o socialdemocrata que é conhecido por suas posições autoritárias quando era professor universitário.

Em termos de seu programa, o Governo defende a ideia de levar a cabo um compromisso de classe que busca deter parcial e temporalmente a ofensiva contra a classe operária, mas não busca revertê-la. Propõe um modo de gestão capitalista que aspira incluir certas concessões à classe operária, contudo, não estão dispostos nem a romper com qualquer instituição burguesa nem a questionar o direito à propriedade capitalista.

Prometem uma campanha de ajuda humanitária aos mais pobres, mas é absolutamente desconhecido de onde sairá o dinheiro para isso, já que seu plano para utilizar os fundos originalmente destinados a salvaguardar os bancos já tem sido totalmente rechaçado pela UE. Prometem voltar a contratar determinadas categorias de trabalhadores demitidos (as trabalhadoras da limpeza no Ministério da Economia, os trabalhadores da ERT, etc.), mas ao mesmo tempo restringem as novas contratações no setor público por conta do número predeterminado pelo orçamento nacional PASOK, o que significa que o número de lugares ocupadas por estas categorias foi retirado outros setores.

Eles já tem rechaçado qualquer tipo de nacionalização e, apesar de se negar a privatizar a eletricidade, estão dispostos a negociar outras privatizações importantes. Tem prometido um modesto aumento do salário mínimo até 751 euros, mas já tem anunciado que esta medida deve ser postergada para dentro de cerca de 2 anos, de acordo com a taxa de crescimento econômico. Em suma, qualquer concessão que o Syriza prometa é, na realidade, prestar contas à viabilidade e ao desenvolvimento da economia capitalista nacional, não aos direitos dos trabalhadores.

As declarações governamentais se movem em forma de zig-zag constante. O que é exatamente o que se pode conseguir? Não é fácil de prever, já que depende principalmente da combatividade dos trabalhadores. Não subestimamos as possíveis conquistas democrática, pelo contrário, buscamos utilizá-la para aumentar a confiança das massas em suas próprias forças, mas não podemos depositar nossa confiança no governo.

Como você avalia o resultado do acordo entre o governo e o Eurogrupo?

Sem dúvidas o acordo foi um claro e óbvio retrocesso. O governo abandonou até os compromissos mais modestos pelos quais lhe foi dada a vitória em janeira. Aceitaram prolongar o programa de reestruturação ao pagamento total da dívida pública para manter o controle da chamada Troika (Fundo Monetário Internacional, União Européia, Banco Central Europeu). O governou tentou apresentar esse acordo como uma vitória porque “evitamos a bancarrota”. Mas essa tem sido a desculpa de todos os governos que aplicaram planos de austeridade desde o começo da crise. Os simpatizantes de SYRIZA, desafortunadamente, incluindo uma parte da esquerda revolucionária internacional, tentaram justificar o acordo de forma abstrata, em nome de uma “tática flexível”, para ganhar tempo.

Não se pode ver, e eles podem tampouco indivar, quanto espaço se deixa às manobras nos planos alcançados. É difícil crer que haja alguma espécie de planos inteligentes por trás das negociações do governo. Na prática, algo completamente diferente dos planos, sejam bons ou ruins, está em jogo: o processo de incorporação do SYRIZA na gestão capitalista. Não é necessário falar de traição. Não me convenceram as promessas de SYRIZA antes da eleição. Mas a pergunta chave não se trata de boas ou más intenções, é uma questão de estratégia política e orientação. Não existe um bem comum para os capitalistas e trabalhadores, tampouco existe uma saída da crise que favoreça ambos.

Pode-se sim falar de uma ilusão que gera expectativas em uma saída através das negociações, sem a ruptura com a burguesia e as instituições imperialistas; esta ilusão perdura para além das boas ou más intenções. SYRIZA é o responsável por estender massivamente esta ilusão. Nós, comunistas revolucionários, devemos enfrentar esta ilusão com a prática, oferecendo uma alternativa concreta.

Qual alternativa poderia ser colocada contra a chantagem da troika?

Existe uma alternativa, inclusive se ao momento o SYRIZA e sua orientação política são claramente hegemônicos entre os parâmetros da esquerda. Para desenvolver esta alternativa, haveria que começar do lado contrário: ao invés de viabilidade e competitividade da “economia grega” em abstrato (que em particular significa viabilidade e competitividade do capitalismo grego), o ponto de partida devem ser as necessidades da classe trabalhadora, os despossuídos e os estratos sociais oprimidos. Um programa transicional atualizado é necessário.

Aumento de salário independentemente do “realismo” dos mercados; inversões públicas sob controle operário e redução da jornada de trabalho para enfrentar o desemprego massivo; contratos coletivos com plenos direitos trabalhistas; legalização e plenos direitos aos imigrantes ilegais; saúde e educação gratuitas para toda a população. Essas conquistas necessitam de recursos materiais, dinheiro, que não pode depender da UE, nem do FMI; como já ficou demonstrado, é uma obviedade que não existem chances de nenhuma negociação substancial nesse marco.

Essas conquistas exigem uma radical e abrupta redistribuição da riqueza. Para chegar a este objetivo, a proposta de SYRIZA de combater a evasão impositiva dos ricos, não é suficiente, ainda que tenha sido positiva.

O que precisamos é da nacionalização dos setores chave da economia, sem nenhuma indenização para os capitalistas e os setores privados sob controle dos trabalhadores e do povo, para que possa funcionar a favor de suas próprias necessidades, assim como o cancelamento da dívida, já que a classe operária não pode nem deve pagá-la. É claro que mudanças tão radicais não serão toleradas na UE, por isso é necessária a ruptura, junto a um trabalho internacionalista, de numa nova forma de colaboração com o povo contra seus patrões. Isto pode soar uma utopia, mas porque soa mais utópico que tentar reconciliar o lobo com a ovelha?

Após o acordo com a Troika, apareceram vozes críticas no interior do SYRIZA. Qual é sua opinião sobre esses setores críticos?

Existem vozes críticas dentro do SYRIZA, e haverão ainda mais vozes críticas na marcha deste governo a sua adaptação ao sistema e à austeridade. As correntes revolucionárias devem trabalhar na criação de caminhos que aproximem, colaborem e atraiam esses militantes a suas fileiras. De todas as formas, a oposição interna dentro do SYRIZA é heterogênea e não tem um plano concreto que desafie a política determinada pelo líder Tsiparas. Nenhum dos deputados votou contra Pavlopoulos como presidente. Mesmo que uma parte considerável do comitê central tenha desaprovado o acordo com o Eurogrupo, está em questão se também votarão contra no parlamento.

De fato, a oposição interna do SYRIZA não tentou bloquear sequer uma capitulação durante o processo em que se “socialdemocratizou” o SYRIZA. Em minha opinião, o caminho que tomou o SYRIZA é irreversível. De um lado, as correntes que trabalham no interior do SYRIZA não podem tirar proveito nem crescer, de outro, a força centrífuga gerada pela liderança parece abrumadora.

Ao invés de serem capazes de mobilizar camadas mais amplas entre os membros e simpatizantes do SYRIZA, a plataforma de esquerda do SYRIZA se encontra obrigada a restringir suas própria atividades publicas em noma da disciplina (por exemplo, não se uniram às mobilizações organizadas contra o acordo do Eurogrupo). A chantagem de que “qualquer crítica debilita o governo e favorece objetivamente a ND”, para onipotente, não apenas sobre os membros senão também sobre os votantes. Por outro lado, para mim, a participação no SYRIZA é completamente uma opção equivocada para uma organização anticapitalista e revolucionária.

Qual é a situação da luta de classes hoje em dia na Grécia? Qual é a relação do governo com os sindicatos?

Após as eleições haviam indícios de um provável ascenso no movimento de massas. A vitória de SYRIZA trouxe um clima de otimismo e um sentimento de “dignidade nacional” contra os credores. Antes que começassem as negociações se organizaram atos massivos na praça Syntagma em Atenas e em muitas outras cidades.

Essas mobilizações eram contraditórias em relação a suas demandas: haviam setores que apoiavam abertamente o governo contra ’os alemães’ na negociação que se aproximava, alinhados com a retórica nacionalista de SYRIZA e ANEL, enquanto haviam outros que denunciavam qualquer tipo de negociação e pediam o cancelamento unilateral da dívida. ANTARSYA, a coalizão anticapitalista de esquerda, decidiu intervir nos atos sob suas próprias bandeiras e consignas, como oposição de esquerda e trabalhadora.

Essas mobilizações cessaram logo após o acordo com o Eurogrupo e a subsequente confusão e desilusão. Por hora, parece que o movimento operário está paralisado.

É necessário destacar que na realidade, SYRIZA nunca tratou de mobilizar as massas, nem sequer em apoio ao seu próprio governo. Esta lógica lhe é distante. O caso da ERT (Coorporação de Rádio e TV da Grécia) foi um exemplo muito revelador. Os militantes da ANTARSYA no sindicato que agrupa este setor propuseram voltar a ocupar a sede anterior da empresa no dia seguinte ao da eleição. Apenas das promessas de SYRIZA de que iria recuperar a companhia e voltar a contratar os trabalhadores, seus sindicalistas votaram contra a proposta, com o argumento de que poderia ser visto como uma chantagem do governo. O Partido Comunista fez o mesmo.

De fato, a direção do SYRIZA sempre viu o movimento de massas como um instrumento para chegar ao governo. Em contraste com o governo do PASOK na década de 80, que era capaz de controlar de maneira eficiente o movimento de trabalhadores, o SYRIZA tem uma inserção relativamente pequena nos sindicatos. O grande apoio nos votos corresponde a sua pequena influência nas grandes federações e confederações de trabalhadores. Não há dúvida que o Partido Comunista é muito mais forte nos sindicatos, e a esquerda extra-parlamentária tem uma influência comparável à do mesmo. Por exemplo, na Confederação Geral de Trabalhadores no Setor Público, que trata-se do sindicato mais importante na Grécia, o ANTARSYA tem 2 dos 17 postos da direção enquanto o SYRIZA tem 3 (na Grécia não existem sindicatos de trabalhadores com filiações aos distintos partidos políticos e todas as correntes intervêm no mesmo sindicato por meio das distintas plataformas). No movimento universitário, o peso da esquerda é o dobro do peso do SYRIZA, e a influência do PC é ainda maior. Claro que esta relação pode mudar no futuro, mas neste caso o SYRIZA terá atraído gente (e burocratas) por estar no governo, não por sua atividade militante. De qualquer maneira, a ideia de que não há vida fora do SYRIZA é algo falseado. A classe operária votou no SYRIZA, mas não se alinham com o SYRIZA em sua atividade cotidiana. Isso é um mito. Posicionar-se de maneira independente do SYRIZA não é uma obsessão sectária, é uma escolha com base material na luta de classes.

Como se formou a ANTARSYA e que correntes políticas há dentro dela?

Ainda que não se expressasse de maneira óbvia nas eleições, na sociedade grega e entre os trabalhadores há uma corrente anticapitalista e revolucionária. O bastião e a experiência mais exitosa desta corrente expressaram uma série de coletivos e plataformas anticapitalistas em várias indústrias e setores, sindicatos, lugares de trabalho e universidades. Com uma história de mais de 20 anos, estes coletivos conseguiram liderar várias lutas importantes. Militam organizados de maneira autônoma e sobre bases federais, o que significa que cada coletivo toma suas próprias decisões por métodos de democracia direta, ainda que haja uma clara influência política de certos partidos revolucionários e da esquerda.

A ANTARSYA se formou ao calor e desenvolvimento destas correntes e reuniu a maioria delas. A coalizão foi formada meses depois dos enfrentamentos de 2008, quando a extrema esquerda se viu na necessidade de combinar suas forças de maneira centralizada para poder assim ter um impacto decisivo na luta de classes. É composta por cerca de 3.000 membros, a maioria jovens.

A ANTARSYA não é nem uma organização nem um partido, é uma frente anticapitalista formada por 7 organizações diferentes e vários militantes independentes. Funciona sobre o princípio: "um membro, um voto”. Conta com aproximadamente 80 locais regionais, que decidem suas atividades na zona em assembleias gerais. A direção das regionais são votadas em uma conferência nacional.

O principal ponto de debate dentro do ANTARSYA é em torno das alianças. Ninguém, dentro do ANTARSYA propõe uma aliança com o SYRIZA, entretanto há uma ala que apoia a formação de um frente mais amplo, sobre a base de um programa mínimo, principalmente contra a UE. O núcleo desta ala formam duas organizações pós-eurocomunistas de influência maoísta. Uma ala de esquerda apoia a plena independência política e organizativa de todo tipo de reformismo (inclusive a corrente frente popular radical, reformista e anti-europeia), que está disposta a cooperar com qualquer corrente de trabalhadores em certas ações comuns. Esta ala está composta principalmente por trotskistas, a saber a seção da IST (Internationalist Socialist Tendency, SEK, organização-irmã do SWP britânico.), o Secretariado Unificado (OKDE-Spartakos e nós), apesar de algumas importantes diferenças entre nossas organizações. Por último, há uma ala de centro formada ao redor da maior organização do ANTARSYA, NAR, que é uma ruptura de esquerda do PC ao final da década de 80, em resposta à participação – de curta vida – do PC em dois governos burgueses. No entanto, estas três alas não são estáveis e pode ser que mudem na medida em que haja temas importantes que demandem respostas claras.

Qual é sua opinião sobre a proposta de fazer uma campanha internacional de solidariedade com o povo grego e pelo cancelamento da dívida?

É totalmente certo que a dívida grega é um tema chave na situação atual. Este é o ponto central: que classe paga a crise. A classe trabalhadora deve negar-se a pagar por ela – isto é, em realidade, uma precondição para sua própria sobrevivência. Também é verdade que a solidariedade internacional de classe é essencial para conseguir esta tarefa política. Além disso, a Grécia não é o único país em que os trabalhadores e o povo estão superexplorados, totalmente privados de seus trabalhos, e violentamente oprimidos em nome da dívida. Uma campanha militante e internacionalista, que não será só um comitê de economistas e especialistas, é uma boa ideia. Não há dúvida disto. Os termos e formas concretas para construí-la é algo que devemos discutir em um futuro próximo.




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