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II Congresso MRT | Grande presença de professores e debate sobre educação marcam o II Congresso do MRT

O II Congresso do Movimento Revolucionário de Trabalhadores - MRT que aconteceu nos dias 17, 18 e 19 de março, foi fortemente marcado por uma grande delegação de professores de várias regiões da cidade de São Paulo: zona norte, leste e oeste, além de outras cidades, como Campinas, Marília, Santo André, Jundiaí e São José dos Campos.

terça-feira 21 de março de 2017 | Edição do dia

Professores do Rio de Janeiro e dos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que estão em greve, também se fizeram presentes.

O congresso contou também com a participação do professor Juan Valenzuela, professor e dirigente nacional do PTR, partido irmão do MRT no Chile, que atuou na escola autogestionada A-90, uma grande experiência na luta da educação chilena.

Em toda a América Latina, vemos os professores e estudantes sendo a ponta de lança nos enfrentamentos com os governos, que só fazem atacar nossos direitos, precarizando ainda mais a vida dos trabalhadores. Por esse prisma e com a forte reivindicação do sentimento que se escancarou no 15M, quando milhares de trabalhadores pelo Brasil paralisaram suas atividades e foram às ruas com os transportes e os professores na dianteira, os professores do MRT debateram os principais ataques a educação como a Reforma do Ensino Médio.

Mauro sala, professor do IFSP e doutorando em educação pela Unicamp comentou:

No Congresso, pudemos discutir as perspectivas da educação não só no Brasil, mas também de um ponto de vista internacionalista. Não é só no Brasil que a educação é palco de conflitos. No Chile, na Argentina, no México, e também nos EUA, a educação está no centro do debate e tem promovido importantes mobilizações de trabalhadores. Uma onda de reformismo empresarial atinge quase todos os países do mundo, o que tem levado a importantes levantes de professores e estudantes, que têm dado exemplos de luta para toda a classe trabalhadora.

Também comentou essa questão o professor Ronaldo Filho, do Rio de Janeiro:

A participação no congresso foi ótima no sentido de ajudar a localizar os ataques a educação no Rio de Janeiro a um contexto de desmonte da educação pública não só nacionalmente, mas internacionalmente, onde a precarização das condições de trabalho e o neoliberalismo no discurso dos governos são pontos comuns.

Derrotar a Reforma da Previdência e Temer com uma grande mobilização impulsionada pela greve nacional da educação construída na base

Esses grandes exemplos de luta deixam claro que os diversos ataques a educação e aos professores são parte de uma mesma política para calar e frear a luta dos professores, que cumprem um papel fundamental na sociedade e por isso geram ampla solidariedade em toda população, podendo cumprir o grande papel de tribuno do povo, como apontava Lênin, e estão em ligação direta com o elemento explosivo, a juventude.

Maíra Machado, professora em Santo André, dirigente nacional do MRT, demarcou como o papel dos professores em levar a frente as principais bandeiras democráticas, de mulheres e negros, por exemplo, também expressou a gana de luta que a categoria tem:

Mesmo antes do 15M, que definitivamente a educação se colocou no cenário nacional de luta, os professores já indicavam sua força. O 8 de março, Dia Internacional de Luta das mulheres, demonstrou isso. Foi uma grande batalha que demos na Apeoesp, com a Marcha Mundial de Mulheres e com setores da esquerda que se adaptou a lógica petista, para que em São Paulo os atos de mulheres se unificasse com o as assembleias de professores no mesmo dia e marchassem juntos, aderindo a paralisação internacional de mulheres histórica desse ano. A CUT e a Marcha Mundial não moveram um dedo para colocar de pé esse dia de luta, mas nós demos um grande exemplo, paralisando duas escolas na zona norte de São Paulo pela vida das mulheres e da pela educação pública. Em Campinas na manhã do própria dia 15 fizemos um ato na frente do Habib’s lembrando a morte do menino João Vitor dias antes, onde fomos bastante apoiados por quem passava. Nessas demonstrações é que fica clara a disposição dos professores para a luta e a pouca intenção das direções de organizar isso.

Professores da zona norte de São Paulo no 8M

No último dia 15, só em São Paulo foram mais de 40 mil professores nas ruas, na luta direta contra a Reforma da Previdência, mesmo com a grande traição da direção da Apeoesp, CUT, que se contrapondo a greve nacional da educação votada na CNTE para iniciar no mesmo dia 15, deixou para chamar a mobilização somente no dia 28, não deixando margem para dúvidas de que para a Apeoesp, a greve será aquela velha de sempre do caminhão de som e de assembleia em assembleia.

A grande atuação dos professores aconteceu em vários outros estados no 15M. Em Minas Gerais e Rio Grande do Sul a CUT, que dirige os sindicatos de professores, aprovaram greve como parte da grande divisão de tarefas estaduais, para fortalecer a estratégia parlamentar de pressão e impulsionar Lula 2018.

O professor Diego Nunes da rede estadual do RS, destacou:

No RS, professores apresentaram uma forte disposição de luta no dia 15 de março, mas, muitos não aderiram a greve devido as derrotas organizadas pela burocracia sindical desde 2015. Muitos professores expressam uma vontade de lutar, porém, não com o sindicato que aí está

Flávia Valle, professora e ex candidata pelo PSOL em Contagem completou:

Minas Gerais tem uma das greves mais fortes na educação e devemos fortalecê-la com um comando de greve estadual unificado com representantes eleitos pela base, exigindo das grandes centrais que chamem um plano de lutas pela base para iniciar uma greve geral de todos os trabalhadores.

Sobre isso o professor Danilo Magrão, ex candidato a vereador em Campinas pelo PSOL disse:

A CUT dividiu a greve nacional da educação e aqui em São Paulo os professores mostraram a grande disposição de ir a luta, não com os velhos métodos e lógica da direção encastelada da Apeoesp, mas se organizando em cada escola, em cada região, com o apoio dos pais e dos alunos. É essa engrenagem que precisamos mover, dos professores em seus organizamos de organização de base, para exigir da CUT e das centrais sindicais uma luta real, que se instale em todos os estados e em diversas categorias. Neste congresso apontamos a nossa intenção de batalhar em todas as regiões que estamos para que se coloque de pé uma frente única, com um plano de luta concreto, com protagonismo da classe trabalhadora, para barrar a Reforma do Ensino Médio e a Reforma da Previdência.

Professores de Campinas em ato lembrando a morte do menino João Vitor em São Paulo




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