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DOSSIÊ DIA DA MULHER NEGRA, LATINA E CARIBENHA | "Grande êxito" é o que diz a polícia sobre operação que matou Marcos Vinicius na Maré

A Polícia Civil considerou de "grande êxito" a operação do último dia 20/06 no Complexo da Maré, em que Marcos Vinicius da Silva foi assassinado a caminho da escola. A operação ainda deixou outros sete mortos.

terça-feira 10 de julho de 2018 | Edição do dia

A operação que matou o estudante Marcos Vinicius da Silva e outras sete pessoas no dia 20/06 deixou um verdadeiro rastro de sangue e terror na Favela da Maré no Rio de Janeiro. O relatório policial entregue ao Ministério Público e à Justiça avalia essa operação assassina como "grande êxito".

As marcas no chão da favela e os relatos dos moradores são chocantes. A polícia atirava de cima dos helicópteros contra a população. Foi assim que tiraram a vida de um menino negro com uniforme escolar que estava a caminho da escola. O relatório sequer cita o nome do jovem e sua morte, e se refere vagamente ao ocorrido como "uma pessoa baleada e socorrida ao hospital".

Marcos Vinicius da Silva é um jovem negro assassinado pela polícia, vítima do genocídio cotidiano das favelas e periferias do país, vítima do Estado racista. O relatório conclui que a operação que matou o menino foi de grande êxito mostra mais uma vez qual a função da polícia na sociedade.

O relatório é mantido em sigilo pela polícia. Também foi alvo de críticas da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, que pede a interrupção do uso de helicópteros.

"Polícia pra mim não tem nome, não tem divisão de nome, é tudo homicida” é como Bruna, mãe de Marcos Vinicius, corretamente define as forças de repressão que mataram seu filho e tantos outros jovens em escolas e nas ruas do RJ e do país todos.

Como Bruna, há milhares de mães que veem a responsabilidade do Estado na morte da juventude negra das favelas. Enquanto afirmam que estão "combatendo o crime", esse mesmo Estado é ligado por mil laços ao tráfico e às milícias, e aumenta a repressão na mesma medida que aumenta os ataques aos direitos sociais que levam a população do Rio de Janeiro à miséria e coloca milhares de jovens nas mãos do tráfico. Enquanto isso, o PSOL segue utilizando seu peso político para defender uma proposta absurda de "humanizar" a polícia, ao invés de ouvir vozes como a Bruna, que grita uma contundente verdade "polícia é tudo homicida". É ao lado dessas mães que colocamos nossa luta.




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