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CORONAVÍRUS | Graças à privatização da saúde, pessoas morrem na fila de leitos no Rio

Enquanto OSs contratadas atrasavam as obras de hospitais de campanha e hospitais privados tinham leitos disponíveis, fila no Rio chegou a mais de 1000 pessoas, causando inúmeras mortes totalmente evitáveis.

segunda-feira 8 de junho de 2020 | Edição do dia

A pandemia do coronavírus deixou a desnudo toda a política de privatização e precarização dos serviços públicos de saúde durante o neoliberalismo. Em alguns locais como o Rio de Janeiro, isso se mostrou especialmente grave.

O Rio de Janeiro é um dos estados que a proporção de leitos de UTI privados/públicos é maior. No entanto, em nenhum momento nem Crivella nem Witzel moveram um dedo para tocar nos leitos privados. O resultado disso foi que apenas na capital e na baixada Fluminense, a fila de leitos chegou a mais de 1000 pessoas no início do mês passado.

Fila que, aliás, poderia ter sido perfeitamente evitável. Apenas com os hospitais de campanha, cujo o prazo inicial de entrega era 30 de abril, ninguém precisaria ter morrido na fila. No entanto, até hoje muitos deles estão operando abaixo da capacidade e alguns ainda nem foram entregues. Porém, longe de ser uma mera “incapacidade” do sistema, uma das grandes causas para isso foi a privatização da saúde, em muitos âmbitos.

Para construir e administrar vários dos hospitais foi contratado a OS Iabas, que tem um longo histórico de corrupção. Honrando seu histórico de corrupção, o resultado de tal parceria não surpreende: após rios de dinheiro público investido, temos hospitais incompletos, escândalos assombrosos, além de inúmeras denúncias de condições absurdas de trabalho.

Ou seja a privatização, apenas serviu para encher a bolsa de empresários corruptos ligados a Witzel e deixar a população morrendo nas filas.

Chegamos a ver inclusive a declaração absurda do secretário de Witzel que talvez não abrissem os hospitais atrasados pois não seria mais necessário. Após repúdio, Witzel “garantiu” que todos os hospitais seriam abertos, mas até agora essa não é a realidade para a maioria dos hospitais.

Após tudo isso, Witzel decidiu que a Secretaria de Saúde vai administrar. Porém, após tudo isso, não podemos acreditar que a mera estatização da parte de Witzel vai resolver algum problema de fundo.

Aliás, o problema do Rio com as OS, “Organizações Socias”, é um problema histórico. Começou a ser implementada massivamente na década passada e só trouxe a redução da qualidade do serviço, precarização dos contratos de trabalho e uma maior divisão entre os trabalhadores. Mesmo durante a pandemia, trabalhadores da saúde contratados por OS ficaram sem receber.

Dessa forma, fica evidente que a privatização não apresenta nenhum benefício. Faz sangrar os recursos públicos, precariza as condições de trabalho e ainda pioram as condições do serviço. Os únicos beneficiados são os empresários aliados dos políticos, que lucram horrores com a morte da população

Por isso, é necessário questionar profundamente a privatização da saúde. Exigindo a estatização do sistema de saúde privado e sua centralização sob controle dos trabalhadores. Também se faz necessário questionar profundamente a terceirização, que precariza as condições de trabalho e aumenta a divisão entre os trabalhadores




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