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INTERNACIONAL | Governo mexicano quer reprimir os protestos sociais contra o ajuste

O governador do estado de Chihuahua, Javier Corral, cumpre suas ameaças e reprime as manifestações. A revolta e os protestos continuam.

sábado 7 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Após a série de bloqueios de rodovias e tomada de cabines de pedágios que se estendeu ao longo de Chihuahua desde a segunda-feira, Corral ameaçou usar a força para deter as manifestações se elas não ocorressem pela “via civil e pacífica”. Nesta quinta-feira sua ameaça se efetivou.

Por volta das oito da manhã, forças da polícia estatal e federal pressionaram os manifestantes que estavam nas instituições da PEMEX (Petróleos Mexicanos) na capital do Estado para desocupar.

O mesmo voltou a acontecer na estrada para Delicias, onde oficiais da polícia obrigaram a retirar o bloqueio que desde segunda-feira permitia passagens em geral, impedindo somente caminhões de carga.

Os pedágios de Cuauhtémoc e Camargo, que se encontravam tomados para deixar livre o trânsito dos automóveis sem tarifa, também foram visitados por membros da polícia do estado e federal.

No entanto, a população da comunidade de Camargo, uma pequena cidade ao sudeste do Estado de por volta de 50 mil habitantes, saiu em defesa da ocupação dos pedágios manifestando seu descontentamento com o aumento da gasolina e com a atuação do governo do estado, conseguindo aglutinar por volta de mil pessoas que impediram que os pedágios fossem desocupados pela polícia.

O bloqueio da curta via Parral, da mesma forma, continua sob o controle dos trabalhadores do transporte.

Após as declarações feitas pelo governador Javier Corral, na manhã de terça-feira, quando ocorreu a ameaça de usar as “forças da ordem” sob seu comando contra todas aquelas manifestações que afetaram “a ordem”, dirigentes do El Barzón e a Confederación Nacional de Transportistas (CONATRAM) declararam que não retrocederiam com as manifestações.

Sobre as desocupações, estes dirigentes declararam que seguirão buscando formas de manifestar a revolta, que não acabou já que os altos custos da gasolina ainda se mantém.

A administração de Javier Corral justifica sua ação pelas perdas que significam a ausência de cobrança nas cabines e a interrupção da arrecadação de impostos, que para o Serviço de Administração Tributária, até quarta-feira se totalizava em 3 milhões e 3,5 milhões de pesos, respectivamente.

O que Corral omite é o fato de que são as famílias dos que hoje se manifestam, as que agora se enfrentam não só com o aumento do combustível, mas o recente anúncio do aumento da tarifa do transporte que, segundo o sistema de transportes, passará a ser de 10 pesos a partir de segunda-feira, 9 de janeiro. Isto como uma das consequências imediatas do aumento.

No entanto, Chihuahua é só mais um exemplo, os governos de distintos estados têm reagido reprimindo as manifestações de descontentamento que se estendem ao longo do país. O mesmo se observa no governo de outros estados, como Jalisco na terça-feira e na quinta em Monclova, Coahuila onde se fala de pelo menos 30 detidos.

Apesar disso, o descontentamento continua e as convocações à ações seguem se expandindo como rastros de pólvora. Por hora, algumas organizações e civis da cidade Juaréz convocaram uma marcha nesta sexta-feira, dia 6 de janeiro.




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