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CORTE NO PIBID | Governo federal cortará até 90% no principal programa de formação de professores

Trocas de e-mails entre os coordenadores do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, PIBID, anunciam cortes de 50, 70 e até 90%. Hélder Silveira, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, anunciou que haverá cortes “agressivos que poderão gerar interrupção parcial ou mesmo total no programa".

quinta-feira 25 de junho de 2015 | 01:54

O impacto dos cortes ainda não pode ser medido, mas estima-se que os cortes de 50% a 90% afetarão os mais de 90 mil beneficiados pelo programa. O projeto envolve estudantes de licenciaturas das universidades em um “primeiro contato” com as salas de aula do ensino fundamental e médio da rede pública e é hoje uma via que contribui ao processo de formação de professores. Esses estudantes recebem em contrapartida bolsas-auxílios no valor de 400 reais. Esse programa que é uma primeira aproximação de alguns dos futuros professores com a sala de aula também significa bolsas para diversos estudantes, que muitas vezes auxiliam a permanência na universidade.

Estudantes bolsistas já começam a se manifestar contra os cortes, lamentando a possível extinção do programa que possibilita, em muitas das vezes, o próprio desenvolvimento do “amor ao ensino” e convencimento da escolha profissional de lecionar. Também é problematizada pelos estudantes a realidade precária que encontram nas escolas públicas e suas salas de aula, muitas vezes os bolsistas são encarregados sozinhos de aulas nas disciplinas com déficit de professores, em diversos casos pela falta de contratação e não reposição de professores aposentados em licenças médicas.

O corte no PIBID faz parte da série de ataques à educação e mostra que a educação básica pública e os futuros professores podem ser os primeiros a serem descartados pelo governo. A CAPES é uma agência ligada também à produção de pesquisas científicas e é sintomático que a primeira ameaça mais contundente chegue justamente ao programa que colabora na formação de professores para o ensino público. A lógica dessas agências é fomentar a pesquisa que atende aos interesses das grandes empresas privadas, ou seja, fomentar pesquisas que são “rentáveis” e favorecem as multinacionais e não contribuir para a melhoria da educação pública.

Os ajustes e ataques do governo, em geral, e os cortes na educação, em particular, escancararam um projeto de país levado pelo governo do PT e seus aliados contra os trabalhadores e a juventude, em prol dos capitalistas. Os cortes do governo no FIES e PRONATEC, bem como a falência do projeto de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o REUNI (ou, mais precisamente, expansão precária) fazem da juventude trabalhadora seus maiores alvos e se somam aos ataques enfrentados pelos próprios professores, que fizeram duras greves no país inteiro em favor da educação, com destaque à repressão e negligência por parte do PSDB no Paraná e em São Paulo. Aprofunda a situação de crise na educação e uma vez mais a falácia do lema pátria educadora do governo Dilma é desmascarada, bem como os falsos pronunciamentos de seu ministro da educação de que “a educação básica é valorizada e seria preservada”.




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