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CRISE GAÚCHA | Governo do RS corta até 11,2% em saúde e educação em apenas 2 anos

A crise econômica pela qual vive o estado do Rio Grande do Sul vem afetando principalmente os setores da população que mais necessitam dos serviços públicos. A educação e a saúde, já precarizadas em um período anterior, estão sendo gravemente afetadas.

quinta-feira 2 de março de 2017 | Edição do dia

Nos últimos dois anos, de acordo com os cálculos da variação inflacionária, houve uma queda de 11,2% e 5% no investimento em educação e saúde, respectivamente, por parte do governo Sartori (PMDB).

As informações provêm da mensagem do governador à Assembleia Legislativa em 2017.

De acordo com os dados apresentados pelo governo, em 2014 houve um investimento de R$ 8,116 bilhões em educação. Já em 2016, o montante total não sofreu tantas modificações, mas de acordo com a inflação dos últimos dois anos caiu bastante: R$ 8,542 bi. Na saúde o montante passou de R$ 3,161 bilhões em 2014 para R$ 3,556 bilhões em 2016. O índice de inflação utilizado para chegar às diferenças de -11,2% e -5% foi o do IPCA.

Descarregar a crise econômica em áreas de interesse social, como saúde e educação, acarretam problemas desastrosos ao conjunto da população. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (SIMERS), Paulo Mendes, o impacto na saúde vem sendo grave: já houve a perda de mais de 400 leitos hospitalares do SUS nos últimos dois anos. Mas não é necessário ir até os dados para concluir que a crise na saúde vem se intensificando, as enormes filas nos hospitais públicos escancaram todos os dias a situação calamitosa em que estamos.

Na educação também a situação é grave - apenas este ano o governador já anunciou o fechamento de 600 turmas na rede estadual, como denunciamos nesta matéria do início do ano.. Com o parcelamento dos salários e do 13º, fica claro que o governo empurra a crise para os professores, os alunos e toda a população que é atendida com a rede pública de ensino.

A justificativa do governo para a diminuição dos investimentos nessas áreas reside na desaceleração da economia por conta da recessão. A verdade é que o governo vem descarregando a crise econômica nas costas dos trabalhadores e da população. Ao invés de mexerem nos privilégios da casta política e na dívida pública que serve única e exclusivamente para enriquecer os banqueiros através do pagamento dos juros.

- Entenda mais sobre o mecanismo da dívida pública aqui.

A “saída’ para essa crise proposta pelos governos, bancos e empresários é ampliar o sufoco da população. Estamos vendo os salários e 13º dos servidores sendo parcelados, demissões em massas em distintos setores, privatizações… tudo isso combinado com a inflação e o desemprego está gerando uma crise social muito forte. No Rio de Janeiro conseguiram aprovar a privatização da CEDAE com uma residência muito brava dos trabalhadores. Aqui no Rio Grande do Sul, mesmo após a aprovação parcial do pacotão de demissões e privatizações do Sartori, avalia-se a possibilidade de vender o Banrisul.

Essa é a saída que propõem. A saída que nós, trabalhadores, juventude e povo pobre devemos apresentar é a via da mobilização. A resistência a esses planos e ataques combinada com o não pagamento da d√iida pública, como defendemos na campanha que levantamos aqui, e outras medidas, é um caminho a se seguir.




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