Em entrevista, o Secretário Estadual de Saúde assumiu o fato, mas não divulgou os números.
quinta-feira 18 de março de 2021 | Edição do dia
O colapso sanitário avança a passos largos no Brasil, e Pernambuco não é exceção. Apesar da pandemia já estar aí há mais de um ano, tanto Bolsonaro como os governadores pouco fizeram. Não garantiram nem testes nem um reforço descente do sistema de saúde. Pelo contrário, frente a queda dos casos no meio do ano passado, desmontaram a precária estrutura dos hospitais de campanha, sem substituí-la por nada. Evidente que hospitais de campanha são mero remendos do sistema de saúde, mas simplesmente deixaram sem estrutura nenhuma. O resultado é óbvio: no primeiro sinal de recrudescimento da pandemia, o sistema de saúde já está em colapso.
Após dias divulgando uma ocupação de leitos acima de 95%, hoje o secretário de saúde do governo Paulo Câmara (PSB), André Longo, assumiu que já há uma fila, no entanto não informou o tamanho da mesma. Ou seja, se não bastasse o absurdo de deixar o sistema em colapso, ainda escondem os dados. Parecem ter aprendido com Bolsonaro e Pazuello, que tentaram fazer o mesmo no ano passado.
Dados da Secretaria de Planejamento e Gestão (SESPLAG-PE) mostram que até ontem haviam 220 solicitações de UTI e 141 de enfermarias ativas, ou seja, de pacientes esperando vaga em leitos especializados. Ainda que uma parte dessas solicitações possam ser uma questão apenas "logística" e não uma fila de verdade, chama a atenção o fato que este número tem aumentado desde o dia 20 de fevereiro, quando havia apenas 9 de UTI e 3 de enfermaria. O número atual se aproxima do pico em 11 de maio do ano passado, onde havia 275 de UTI e 185 de enfermaria.
Longe de qualquer "acaso", o colapso atual é fruto da gestão de Bolsonaro e do PSB. Este último, apesar de adotar uma retórica supostamente racional se contrapondo ao governo federal, não garantiu o básico como testes massivos e os leitos necessários. E ainda por cima agora escondem os dados do colapso da população.
Por isso, nos do MRT e do Esuqerda Diário defendendemos que apenas a classe trabalhadora pode dar uma solução à crise sanitária. Por isso, não podemos confiar nos governadores nem no STF e sim na nossa própria mobilização, lutando por um plano de emergência de combate à pandemia.
