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GOVERNO TEMER | Governo Temer irá retirar o sustento de mais de 100 mil trabalhadores

O governo espera gerar uma economia de R$ 126 milhões por mês aos cofres públicos, o que os noticiários comuns não lembram é que só a metade dessa economia já poderia ter vindo com o não aumento dos salários dos juízes do Supremo Tribunal Federal.

quinta-feira 1º de setembro de 2016 | Edição do dia

Qualquer um que conhece o mundo do trabalho no Brasil, principalmente o trabalho precário ou de menor qualificação, sabe como é fácil se acidentar ou desenvolver doenças laborais, não à toa o país figura há décadas entre os recordistas nessas estatísticas. Um desdobramento inevitável do trabalho precário, por exemplo, são os cerca de 1,1 milhão de aposentados por invalidez, com idade inferior a 60 anos. Trabalhadores que perderam membros do corpo, prensados ou mutilados nas linhas de produção ou canteiros de obra país afora são caso típico. Basta comparecer a um posto do INSS em dias de perícia médica para ver um batalhão de gessos e muletas digno dos filmes de guerra.

Esses trabalhadores começaram nessa quinta, dia 1, a serem convocados pelo governo para a revisão de seus benefícios, com o detalhe que se não comparecerem à perícia de revisão marcada o benefício está suspenso imediatamente. Existem casos onde o correio não chega ou o trabalhador não está com endereço fixo, para esses a convocação será feita por meio de publicação na imprensa oficial - você costuma ler diariamente a imprensa oficial não é?

As perícias de revisão serão feitas sem qualquer mudança no cronograma de trabalho dos peritos atuais, que já são sobrecarregados de trabalho e mal conseguem se dedicar devidamente a cada caso. Até o final do ano os casos de revolta e choro sem perspectiva que marcam o clima tenso nos postos do INSS, com trabalhadores que não mais conseguem garantir seu próprio sustento, fruto de condições precárias e inseguras de trabalho, e recebem ali a notícia de que “estão por sua própria conta” deverão aumentar drasticamente. Todos os dias, antes de iniciar a jornada comum de trabalho os peritos deverão analisar quatro casos de revisão de benefícios.

O governo espera conseguir reverter de 15% a 20% dos benefícios por auxílio-doença, que são 530 mil trabalhadores, o que pode gerar uma economia de R$ 126 milhões por mês aos cofres públicos. Ou seja, o plano do governo Temer é deixar mais de 100 mil trabalhadores sem sustento nos próximos meses, o que poderia ser comparado a um imenso processo de demissão em massa de trabalhadores que são vítimas das condições de trabalho e não conseguirão se realocar novamente no mercado, tendo em vista ainda os mais de 12 milhões de desempregados atuais.

O que os noticiários comuns não lembram é que a metade dessa economia já poderia ter vindo com o não aumento dos salários dos juízes do Supremo Tribunal Federal, por exemplo, que chegam a receber agora quase R$ 40 mil por mês, enquanto o benefício médio de auxílio-doença é de R$ 1.193,73.

Essa é a democracia podre do Brasil e esse é só o começo da reforma da previdência que o governo Temer deve aplicar até o final do ano. Reforma que começou a ser planejada ainda no governo Dilma. Para os trabalhadores, miséria e desemprego é o que está preparado, para os empresários e funcionários do alto escalão dos cargos públicos, junto aos políticos e juízes, luxo e ganância.




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