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ESCOLA SEM PARTIDO | Golpistas avançam com projeto Escola Sem Partido no parlamento

Um golpe não é completo se não consegue fincar suas raízes nas estruturas sociais fundamentais.

terça-feira 8 de maio de 2018 | Edição do dia

A comissão especial da Câmara de Deputados destinada à análise do projeto Escola Sem Partido apresentou relatório favorável ao projeto no dia de hoje, terça 8 de maio. Agora, abre-se para cinco sessões para emendas e depois seguirá na comissão.

O que estamos presenciando é uma disputa pelo discurso homogêneo nas escolas. Forças altamente conservadoras vindas de setores defendidos pela dita bancada evangélica, tem feito enorme esforço para impor uma forte censura dentro das escolas.

O ataque busca impedir a discussão de temas fundamentais para a sociedade e que a todo momento nossos jovens se defrontam. A questão de gênero e as discussões políticas são o principal alvo do projeto, que cria um suposto ar de imparcialidade para introduzir um discurso de intolerância política, religiosa e de gênero.

Estamos enfrentando uma disputa pelo discurso, donde um dos lados tenta de todas as formas calar os professores em seu exercício do debate amplo com seus alunos. Pois se a escola não for o ambiente destinado à pluralidade e à diversidade, onde mais será?

A nossa extensa bibliografia e a experiência nos garantem que não existe setor onde não atuem forças políticas. Portanto não é possível existir uma escola, nem ambiente algum sem discursos políticos presentes. Essa falácia tem como claro objetivo substituir uma narrativa por outra, a filosofia pelo dogma religioso, a reflexão pela fé e a tolerância pela perseguição.

O texto assinado pelo deputado Flavinho (PSC-SP) proíbe o uso de uma série de expressões como “gênero”, “orientação sexual” em sala de aula. É inadmissível e à beira do inacreditável que a palavra “proíbe” seja seguida de qualquer coisa relativo ao debate em sala de aula e que o professor seja penalizado por discutir gênero num dos países que mais matam mulheres e membros da comunidade LGBT no mundo.

Além disso, o texto também traz a proibição do professor em debates temas políticos em sala de aula, o que demonstra um projeto de educação voltado para alienação da classe trabalhadora, comprometido com a burguesia e com setores mais conservadores do nosso país.

Tal projeto já foi alvo de muitas polêmicas nos últimos anos e tem voltado à pauta do dia. Colocar os alunos para denunciar supostos “desvios” dos próprios professores é uma estratégia desses grupos para combater setores progressistas da sociedade e impor o seu projeto de “novo Brasil” que mais lembra Casa Grande e Senzala.

Como se não bastasse, o projeto ainda conta com a exigência de um cartaz que deve ser colocado em lugar visível por todos com o estabelecendo os “deveres do professor”, entre outras coisas o proíbe de expressar seu posicionamento político e o amplo debate de questões referentes à manifestações e atos políticos dentro ou fora da escola.

Além de uma afronta ao direito à livre cátedra do professor o texto busca anular a formação política de nossa juventude. Não podemos deixar que projetos assim sejam vistos pela sociedade como algo normal, a aprovação de tal projeto além de absurda e inconstitucional é um precedente perigo para o que pode vir depois.




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