×

AVANÇO DO GOLPISMO | Golpismo avança. Anastasia pede em relatório da comissão do impeachment a abertura do processo

quinta-feira 5 de maio de 2016 | Edição do dia

De passo em passo, de ritos e ações, vem se consolidando a política de impeachment como um caminho trágico. O atual relator da comissão do impeachment, senador e ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, do PSDB, pede em seu relatório a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma, devido a 8 decretos de suplementação orçamentaria ou as famosas “pedaladas fiscais” realizadas pela governante petista. Ironicamente, há que se observar que Anastasia, durante o seu governo em Minas Gerais, teve 972 decretos de suplementação orçamentaria, famosa “pedalada fiscal”, em especial na previdência, ou deixando de aplicar as prescrições das Leis de Diretrizes Orçamentarias, aplicando menos recursos na saúde e educação.

Concluindo o projeto na quarta-feira (4/5/2016), ele será debatido na quinta-feira (5/5/2016) e irá a votação na comissão na sexta-feira (6/5/2016), seguindo para apreciação final no plenário do senado no dia 11 de março.

Semana que vem começa a votação, mas a corrida politica e a omissão não deixam de ocorrer, como noticiado aqui. O governo do PT e a suas centrais sindicais, CUT e CTB, não constituíram um plano de lutas e não têm ido a cada local de trabalho construindo a paralisação geral no dia 10, como alegaram que fariam para combater o impeachment.

Adotam uma suposta politica de mobilização das massas, que não passa das palavras, e buscam na prática uma defesa política na câmara dos deputados e senadores, onde eles já não têm maioria. Isso demonstra que o PT, em seu projeto de conciliação de classes, tem interesses antagônicos aos dos trabalhadores e sempre acaba tomando partido dos patrões. Neste momento, em que é eminente um avanço no corte dos direitos dos trabalhadores, atendendo aos pedidos da FIESP, o governo do PT aumentou ainda mais o rechaço popular a si mesmo, cortando verbas da educação, propondo a reforma da previdência, dando o pré-Sal para os monopólios internacionais de petróleo e, com isso, rifando qualquer sonho de um dia haver o desenvolvimento de uma indústria estatal minimamente forte. Para combater a inflação, tomou medidas visando à retração econômica, aumentando juros e fazendo com que o brasileiro fique mais sem dinheiro. Foi esse partido, com essa estratégia da "governabilidade", que abriu o caminho para essa direita. E hoje mostra que não há interesse real de sua parte em construir uma luta efetiva contra o golpe, que irá atingir sobretudo os trabalhadores, a juventude e os setores oprimidos.

Enquanto isso…

As movimentações dos setores pró-impeachment continuam. Vindos de uma política aventureira e muito arriscada, começam agora uma campanha para “limpar a cara do golpe” e arrumar alguns remendos jurídicos e políticos para que não virem buracos e possam um dia afundar o navio. Com isso, tivemos a separação das contas da campanha eleitoral de Temer e Dilma, hoje teremos o julgamento do STF em relação ao afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, como noticiado aqui, provavelmente a votação da cassação do senador Delcídio Amaral no dia 10, a inserção de 31 pessoas nas investigações da Lava-Jato, colocando nomes como Aécio Neves e Eduardo Paes para dar ares de imparcialidade, e Edinho Silva, atual secretário da Comunicação Social e ex-tesoureiro da campanha de Dilma e Temer, será investigado, visando à preparação do terreno para um ataque mais forte ao PT.

Em paralelo, Michel Temer costura um bloco, prepara o terreno para a transição com os setores mais reacionários, em torno da constituição de seus ministérios, envolvendo partidos como o PSDB, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e presidente do PRB, Marcos Pereira e ruralista racista e homofobico Heinze do PP, Henrique Meireles, entre outros.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias