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OCUPAÇÃO GOÍAS | Goiás volta as aulas com escolas ocupadas sob pressão

Governo impediu o início do ano letivo nas escolas ocupadas, mesmo nas escolas que estavam organizadas para isso. Governador Perillo do PSDB segue seu plano de privatizar e militarizar a educação estadual.

sábado 23 de janeiro de 2016 | 00:20

As aulas iniciaram-se em todo estado de Goiás, exceto nas 26 escolas ocupadas por estudantes que lutam contra o projeto de privatização da administração e da manutenção das escolas estaduais goianas, projeto central no corte de gastos do governador tucano Marconi Perillo. Como forma de pressionar os estudantes a abandonar a luta, proíbem as escolas ocupadas de iniciarem o ano letivo, mesmo naquelas onde a ocupação é realizada com o apoio de professores e servidores, que prepararam suas aulas e estavam prontos para iniciar os trabalhos.

A decisão de adiar o início das aulas foi comunicada na segunda-feira (18) pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce). Segundo a secretária de educação Raquel Teixeira, um novo calendário será elaborado quando as escolas forem desocupadas e vistoriadas. Essa atitude do governo do estado vem causando atritos entre os estudantes ocupados e pais e alunos que buscam esclarecimentos sobre o início do ano letivo.

Os estudantes protestam contra o projeto de privatização do ensino público estadual do governador Perillo, que já passou a administração e manutenção de 23 escolas estaduais para OSs (Organizações Sociais), organizações supostamente sem fins lucrativos mas que já mostraram bastante seu caráter "filantrópico" nos diversos hospitais que assim são administrados.

Assim como em São Paulo, os estudantes denunciam o autoritarismo do governo do estado que implementou o projeto sem qualquer tipo de dialogo com a comunidade escolar. "Falta muito informação. O governo não dialogou com a comunidade escolar. Agora, depois de lançado o edital, quer conversar?", indagou Ranilson Júnior, 17 anos, um dos ocupantes e estudante do Colégio Estadual Bandeirante. Os estudantes pedem que o governo suspenda o edital, publicado no final do ano passado e divulgado no início deste ano, e dialogue com a rede, explicando melhor o novo modelo.

Afora toda a precarização da educação que decorre da privatização, o atual projeto de Perillo também tem acarretado na militarização de muitas escolas uma vez que, até o momento, a maioria das organizações que se interessaram em administrar as escolas são organizações militares, que só no ano passado ganharam a concessão de oito escolas, aplicando seus métodos medievais de disciplina e impondo as escolas a paz dos cemitérios com a qual estão acostumados. É necessário todo apoio a esses jovens guerreiros que estão se batendo com o mais ousado projeto de privatização do ensino básico já visto no Brasil, projeto que visa tornar-se um exemplo para a privatização da educação em nível nacional.




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