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OPOSIÇÃO INTERESSADA | Globo chama Bolsonaro de “desgovernante” ao mesmo tempo que apoiam juntos ataques à população

Em rede nacional, o apresentador Pedro Bial, da Rede Globo, classificou Bolsonaro como “acéfalo”, “inominável” e “desgovernante”. Entretanto, o que a Globo não mostra é como esse papel de oposição e discurso moderado tem um limite, visto que no momento de defender reformas, privatizações, corte de salários e direitos, a Globo está junto com o reacionário governo federal.

quinta-feira 17 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Sala de TV

Nesta quarta-feira à noite, 16, o apresentador da Rede Globo, Pedro Bial, declarou posições sobre o governo Bolsonaro deixando claro diversas diferenças e fazendo questão de mostrar como ele e a rede de televisão se opõem ao discurso mais ideológico e políticas negacionistas absurdas de Bolsonaro.

Entretanto, as contradições são muitas. Por um lado, a Globo apresenta um suposto discurso de oposição responsável, se contrapondo ao reacionarismo de extrema direita do governo federal, especialmente em relação às políticas sanitárias de combate à pandemia da Covid-19.

Mas ao mesmo tempo é essa rede de televisão que não somente tem sua história marcada pelo reacionarismo e ataque à maioria da população, sendo pilar importante do golpe e ditadura de 1964 e do golpe institucional de 2016, como inclusive neste ano de pandemia, apesar do discurso demagógico de oposição, no momento de aprovar reformas e medidas que flexibilizavam contratos de trabalho, cortavam salários, atacavam greves e movimentos de trabalhadores, a Globo concordou e bastante com as políticas anti-operárias de Bolsonaro.

Enquanto Pedro Bial em rede nacional na noite de quarta-feira, 16, classificava Bolsonaro como “acéfalo”, “inominável” e “desgovernante” forçando uma separação e distinção entre o que a mídia defende para o país das políticas de Bolsonaro, é possível resgatar ao longo do ano - para não dizer da história do país - inúmeros momentos em que houve maior acordo e trégua entre os setores para descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores.

Todos os últimos importantes ataques aos trabalhadores a rede Globo esteve apoiando, como a reforma trabalhista, a reforma da previdência, o teto de gastos, e agora as diversas campanhas em defesa das privatizações e da reforma administrativa. Privatizações essas que nos colocaram na atual situação da saúde publica precarizada. Inclusive em agosto deste ano, em um editorial, chegou a colocar como o problema de falta de recursos públicos não é o teto de gastos que na verdade garante que os recursos do país sejam desviados para o pagamento da fraudulenta dívida pública, e sim o gasto com o funcionalismo público, numa clara tentativa de atacar este setor, responsabilizando-o pela precarização e crise na saúde e educação.

Veja mais: Para defender banqueiros, Globo culpa servidores por cortes em saúde e educação

Não é com discursos demagógicos que será possível combater Bolsonaro e todo seu reacionarismo negacionista. Enquanto a Globo mostra tenta parecer democrática, responsável e de oposição moderada, esconde seu histórico antidemocrático e antioperário, seu apoio aos interesses dos grandes empresários e banqueiros, mas não engana.




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