“Venham, por favor, está uma confusão, vão queimar minha casa. Adonias está dando tiro no cais, em todo lugar. Eles estão dando tiro, por favor, me ajuda”, disse Maria Leusa Munduruku, liderança indígena de aldeia na Fazenda Tapajós, na região de Jacareacanga, localizada no Pará.
quarta-feira 26 de maio de 2021 | Edição do dia
Casa de Maria, incendiada por garimpeiros
A mensagem foi feita por áudio por volta das 13h de hoje, quarta-feira, dia 26. A comunicação de internet foi cortada em seguida. Adonias Munduruku, citado por Maria, é um dos envolvidos com os garimpeiros que, após operação contra a mineração ilegal feita pela Polícia Federal, decidiram atacar a aldeia.
Segundo a PF, o grupo de garimpeiros que atacou a aldeia Munduruku é composto por cerca de cem homens e vem fazendo represálias à operação contra o garimpo ilegal.
Esta é Maria Leusa Munduruku, liderança indígena, que há tempos enfrenta um cenário de guerra com esses setores que assassinam e destróem aldeias em função do lucro. Em entrevista deste ano, Maria foi taxativa sobre a situação dos povos indígenas do país: “Não existe democracia para os indígenas do Brasil:
A região do Pará, Mato Grosso e outras, tem sido palco de desmatamento e ações violentas de garimpeiros e outros empresários que, ao arrepio de qualquer lei, abusam da violência para assassinar lideranças indígenas e avançar com seus negócios. Bolsonaro é um dos grandes defensores do garimpo ilegal, da desregulamentação ambiental e da liberação da atividade em terras indígenas, avançando no projeto secular de genocídio da população nativa.
