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DEMISSÕES | GM cumpre promessa e anuncia demissões dois dias após fim da greve

sexta-feira 29 de janeiro de 2016 | 00:00

Apenas dois dias após o encerramento da greve na GM de São José dos Campos , cujo acordo já demonstrava que a patronal não daria tréguas ao declarar que descontaria metade dos dias parados, foi feito o anúncio de que haverá demissões. É impossível demonstrar qualquer esboço de surpresa frente a esse fato. Um dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Renato Almeida, dirigido pelo PSTU, havia declarado no dia 26 de janeiro que a patronal havia reafirmado que demitiria, diante inclusive do Tribunal.

O alvo das demissões são os trabalhadores que estavam em lay-off, isto é, afastados do trabalho desde 2015, e com o encerramento do PDV agora no dia 1 de fevereiro. Ainda que a direção da empresa não tenha declarado quantos trabalhadores serão demitidos, anúncio que será feito nessa sexta-feira, dia 29 de janeiro, sabe-se que serão muitas centenas, pois a GM alega ter que demitir 798 trabalhadores. Em suma, trata-se de um duríssimo golpe da patronal contra os trabalhadores. Algo que já estava anunciado pelo menos desde agosto de 2015, quando parte dos trabalhadores entraram em lay-off. Mas apesar da crise econômica, a direção da empresa disse em alto e bom som na ocasião do Salão do Automóvel que tem razões para comemorar pois alguns modelos que produz tiveram venda expressiva em 2015, tanto no Brasil quanto no exterior.

“A direção da GM está demonstrando que não pensa duas vezes em privar quase mil famílias de seu sustento, apenas para que a sua imensa margem de lucro não sofra nenhuma queda, por mínima que essa possa ser. Isso é criminoso, um absurdo. Um ataque não apenas aos trabalhadores da GM, mas à nossa classe. Por isso, nós do MRT, viemos colocando em todos as ocasiões em que pudemos, como nos encontros do Espaço de Unidade e Ação a necessidade de impulsionar uma ampla campanha em defesa dos empregos na GM. A própria greve encerrada anteontem deveria ter partido da luta em defesa da PLR, para se transformar num verdadeiro combate de classe em defesa do emprego, contra as demissões. Há que retomar a luta com a pauta da defesa dos postos de trabalho, só isso pode impedir as demissões”, afirmou Marcelo Pablito, diretor do SIntusp.

Danilo Magrão, professor e diretor pela oposição da Apeoesp, agregou que “ Uma luta consequente na GM teria a potencialidade de servir de exemplo para todos os trabalhadores, de todas as categorias, e ser uma demonstração a todos os que temem por seus empregos de que a CSP-Conlutas poderia ser uma alternativa distinta do sindicalismo da CUT. Isso era uma questão de vida ou morte. E continua sendo. Teria consequências positivas e fundamentais para nossa classe não apenas no âmbito da luta, mas inclusive poderia assumir uma potencialidade política, de demonstrar como os trabalhadores podem fazer com que a crise seja paga pelos ricos, e emergir como um novo ator no crítico cenário nacional, também marcado pela crise política”.

Mas na contramão da necessidade de se antecipar ao ataque da GM, a nota publicada no site da Conlutas após o final da greve simplesmente não faz sequer uma menção à necessidade de organizar o combate contra as demissões, e dá a entender que o acordo foi positivo. Por mais que se tenha obtido um aumento na PLR, não é possível considerá-lo como favorável de conjunto, se por detrás residem centenas demissões. Essas demissões estão anunciadas pelo menos desde agosto de 2015, quando o layoff foi adotado. A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, e o PSTU, já sabiam que isso ocorreria. Buscar solidariedade de outros setores, colocar em pé uma campanha contra as demissões, é uma necessidade urgente, Bem como tirar as lições das consequências nefastas de deixar que se separe a luta contra as demissões da luta por PLR, ou qualquer outro benefício, quando a espada da fome e do desemprego pesa sobre a cabeça dos trabalhadores.




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