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UERJ | Funcionários terceirizados da UERJ voltam a sofrer com o atraso nos salários

Daniel OliveiraProfessor municipal de Campinas

sábado 8 de agosto de 2015 | 00:00

A história se repete e o desrespeito aos trabalhadores terceirizados parece não ter fim na UERJ: funcionárias/os terceirizadas/os da Universidade voltaram a sofrer com o descaso da reitoria e do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Segundo informações, os trabalhadores, mais uma vez, não estão recebendo integralmente seus vencimentos. Até agora, os funcionários terceirizados receberam apenas metade do vale-transporte e metade do ticket alimentação, tendo seus pagamentos mensais divididos em 3 vezes.

Um funcionário terceirizado, que não será identificado para ter sua imagem preservada (há relatos de funcionários ameaçados por seus superiores), conta a rotina dos funcionários que sofrem diariamente com o descaso de Pezão e Vieralves. “No começo, ficamos de 2, 3 a 4 meses com os salários atrasados, sempre sem previsão de pagamento. Agora recebemos apenas metade do vale-transporte, metade do ticket alimentação, e tivemos nossos pagamentos divididos em 3 vezes”, conta o trabalhador. Além disso, esses funcionários não têm direito a itens básicos, como o acesso ao bandejão. “Nós aqui não temos direito a nada.”, desabafa o funcionário.

O descaso tem afetado intensamente a vida de dezenas de famílias. “Como meus colegas que vivem de aluguel conseguirão pagá-lo? Vão pagar a conta de luz como? Os nossos credores não querem saber, nós temos que pagar. Muitos já foram despejados”, desabafa o terceirizado.

Em um caso marcante, uma funcionária terceirizada perguntou a sua supervisora como faria para alimentar a própria filha, tendo como resposta “Que coma vento”. A funcionária chorou de raiva, segundo relato.

Sobre a mobilização dos funcionários, há denúncias de ameaças sobre aqueles que tentam articular qualquer reação ao descaso de Governo e UERJ, representados pelo governador Pezão e pelo reitor Vieralves, respectivamente. “Se a gente for reclamar alguma coisa, os que se dizem chefes da gente aqui na UERJ querem coagir, ameaçando nos mandar embora, achando que não temos nossos direitos. A gente tenta até mobilizar, mas muitos se sentem coagidos por causa disso. Vários já foram demitidos”, denuncia.

O reitor Vieralves, que através de uma manobra política (em parceria com o DCE) prometeu a construção de bandejões e creche, sequer consegue garantir que os direitos básicos dos funcionários da Universidade sejam garantidos. Aparentemente, a situação dos terceirizados não fez parte das "negociações democráticas" (feitas às portas fechadas, e em meio à intensa mobilização e criminalização do movimento estudantil) entre reitoria e DCE. Entretanto, essa intensa mobilização, independente ao DCE, é uma das, talvez a principal, esperanças dos terceirizados. “O apoio dos alunos é fundamental, nossa força são os alunos. Agora que eles estão de férias, estamos sozinhos.”

Nós, da Juventude às Ruas, chamamos nessa volta às aulas os/as estudantes a nos reorganizarmos, junto à base estudantil, para lutar contra a crise da UERJ, em defesa dos terceirizados.




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