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Frente do Povo Sem Medo..de não se manifestar frente à crise da UERJ

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

segunda-feira 23 de novembro de 2015 | 23:36

Em meio a mais um dramático episódio da crise da Universidade Estadual do Rio de Janeiro centenas de estudantes se manifestavam contra o fechamento da universidade, suspensão do pagamento das bolsas e suspensão do pagamento do salário dos terceirizados. Enquanto isto em um auditório se reuniam Freixo, Jean Willys e dirigentes da UNE junto a vários apoiadores da Frente do Povo sem Medo para anunciar seu lançamento nesta universidade.

Ignorando a dramática situação e a manifestação tomando os corredores da universidade. Ignorando os terceirizados que cruzaram os braços frente ao fechamento da universidade esta frente não moveu um dedo a favor da mobilização. Como bons parlamentares discursaram contra os cortes, mas não se moveram.

Apesar de terem aberto espaço para os estudantes falarem na atividade e feito referência ao ato, em se tratando de uma frente que se diz de "mobilização", o mínimo que se poderia esperar é que o lançamento da Frente se unisse com a mobilização concreta dos estudantes, mas em realidade preferiram manter a atividade, dividindo a vanguarda que estava no ato e no lançamento.
Um exemplo nesse sentido deu o CASS, que convidou Silvana Ramos - trabalhadora que participou das lutas das trabalhadoras terceirizadas na USP - e havia vindo de São Paulo para uma atividade mas, devido a mobilização, decidiu suspender a atividade e fortalecer o ato em curso, da qual Silvana participou também.
Não foi o que fez o DCE da UERJ e não esperávamos nada diferente, dirigido pela UNE, que desde ano passado sistematicamente trabalha contra a mobilização dos estudantes e apoiou o sucessor de Vieiralves em recente campanha eleitoral para reitor. Este mesmo DCE não se moveu contra o corte de verbas para a universidade.

A "Frente do Povo Sem Medo" composta por apoiadores do governo Dilma, como a CUT e UNE também é composta por MTST e pelo PSOL. Recentemente diversos parlamentares, inclusive de partidos burgueses como o REDE, PSB e PDT se somaram a esta frente que tem servido para blindar o governo Dilma e seus aliados de qualquer crítica.

A posição de manter o lançamento desta Frente em meio a centenas de estudantes se manifestando era tão adaptada que mesmo militantes do RUA, grupo que faz parte da FSPM, não foram ao lançamento para participar da luta em curso.

Não há meio caminho: lutar contra o governo e portanto contra todas frentes que lhe servem de sustentáculo direto ou indireto ou fingir que nada está acontecendo e organizar-se em uma frente por fora de dos processos reais da luta de classes. Esta frente já não se pronunciou depois da histórica greve dos petroleiros, agora com um ato acontecendo na sua cara preferiram se encastelar em um auditório fechado.

Em nome de combater a direita (e blindar o governo) a decisão que o PSOL está pagando é ignorar a luta de classes, mesmo quando ela está na sua cara.


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