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PROTESTOS NA FRANÇA | Franceses enfrentam as proibições e fazem manifestações por todo o país contra o racismo e a violência policial

Atos aconteceram na sexta-feira e no sábado (dias 05/06 e 06/06) em diversas cidades francesas, apesar da proibição dos governos em nome da “saúde pública”.

domingo 7 de junho de 2020 | Edição do dia

Dezenas de milhares de trabalhadores e jovens franceses saíram às ruas para se manifestar na sexta-feira e no sábado, em solidariedade aos protestos nos Estados Unidos, por justiça a George Floyd, Adama Traoré e contra o racismo e a violência policial que atacam os jovens nas periferias das cidades dos Estados Unidos, da França, do Brasil e de tantos outros países.

Em Paris, onde já havia acontecido uma manifestação com 40 mil pessoas na terça-feira, a polícia proibiu que a manifestação ocorresse neste sábado. Mesmo assim, algumas milhares de pessoas se reuniram no Champs de Mars pedindo justiça para Adama, e com palavras de ordem como “nos deixem respirar”, “sem justiça, sem paz” e “justiça por todas as vítimas”. Concomitantemente, mais alguns milhares de pessoas se reuniram na Place de la Concorde, próximo a embaixada americana, em apoio aos manifestantes dos Estados Unidos, e em homenagem a George Floyd.

Em Bordeaux, milhares de manifestantes marcharam pela cidade, passando pelo consulado americano, a prefeitura e a sede da polícia, e sendo duramente reprimidos. Se manifestando contra o racismo e a violência policial e lembrando que os negros são também os mais atingidos pela pandemia de Covid-19, vários manifestantes, especialmente da juventude do Novo Partido Anticapitalista (NPA) lembraram das lutas recentes no país, como os Coletes Amarelos e a greve geral contra a reforma da previdência, defendendo a unidade da juventude com os trabalhadores para combater o racismo.

No sábado, aconteceram manifestações também em Lyon, com mais de 3 mil manifestantes segundo a polícia, ou seja, provavelmente tinham muito mais na realidade, Lille, Nice, Metz e Marselha, cantando palavras de ordem como “”sem justiça, sem paz” e “nós não esquecemos, nós não perdoamos”. Estas manifestações foram reprimidas pela polícia, com uso de gás lacrimogêneo.

Na sexta-feira, já haviam ocorrido manifestações em Estrasburgo, onde participaram mais de 4 mil pessoas segundo os organizadores, Caen, Clermont-Ferrand e Rouen, essa última onde também houve repressão com gás lacrimogêneo e violência por parte da polícia.

Essas manifestações se dão no marco não só das manifestações nos Estados Unidos, mas também de recentes denúncias de racismo dentro da polícia francesa. Uma reportagem de um jornalista da StreetPress mostrou um grupo de Facebook com mais de 8 mil policiais de diversas cidades, onde eram postados memes e comentários racistas, machistas e homofóbicos, debochando de pessoas mortas ou feridas pela polícia e destilando ódio contra os manifestantes. Além disso, esta semana policiais de Rouen irão responder por causa de mensagens racistas trocadas via WhatsApp.

Estas são apenas algumas demonstrações do caráter da polícia: mais do alguns casos isolados, a polícia é uma instituição racista cujo trabalho é reprimir os trabalhadores, e os negros em especial, para proteger a burguesia e a propriedade privada. Não há possibilidade de reformar esta instituição, só podemos destruí-la.

Por isso, devemos seguir lutando no mundo todo por justiça a George Floyd, Adama Traoré, João Pedro, Marielle Franco e tantas outras vítimas deste sistema capitalista racista.




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