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DEMISSÕES INDÚSTRIA | Ford anuncia fechamento da produção no turno da noite em Camaçari

Devido à “significativa desaceleração do mercado automotivo”, a Ford informou ontem que decidiu encerrar as atividades de produção do turno da noite da fábrica de Camaçari, na Bahia, a partir de março de 2016.

quarta-feira 25 de novembro de 2015 | 00:00

A queda de 11% no na comercialização de veículos este ano em comparação ao ano passado, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores), abre espaço para a conclusão de que é necessário ser produzido um volume menor de unidades pela fábrica. Essa decisão serve como justificativa para a demissão de centenas e milhares de trabalhadores e familiares que dependem direta ou indiretamente da produção de veículos da Ford.

A unidade de Camaçari conta hoje com 4.712 trabalhadores e tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano, alem disso, afirmou que está em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari na pretensão de utilizar “todas as ferramentas possíveis para tratar do excedente da força de trabalho na fábrica”.

A montadora, sabiamente, não informou quantas unidades foram produzidas em 2015 nem o número excedente de trabalhadores, afinal, tal informação desmascararia os supostos prejuízos que a Ford utiliza como argumento para defender uma também suposta co-divisão da crise entre o patrão e os trabalhadores. Para se ter uma ideia, a montadora é a quarta que mais vendeu no Brasil em 2015!

Diferente da unidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, que aderiu ao falsamente chamado de “Programa de Proteção ao Emprego (PPE)”, que pode diminuir o salário dos funcionários em até 30%, com uma diminuição da jornada de trabalho no mesmo nível, a Ford de Camaçari não adiantou se tem a mesma perspectiva.

O que está evidente é que, mais uma vez, é sobre as costas dos trabalhadores que os patrões e a burguesia tenta descarregar a sua sede de lucro em meio as vacas magras. Prejuízo aqui, só o da família do trabalhador que será demitido ou do que permanecerá em um regime de trabalho mais árduo, sendo explorado para executar o serviço de dois ou três outros trabalhadores. Essa é a perspectiva dos trabalhadores no Brasil depois de 20 anos de PSDB/PT no governo. Os trabalhadores precisamos construir uma terceira via política, independente tanto do governo do PT quanto da velha direita do PSDB e de qualquer setor da burguesia.




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