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12 DE MAIO - DIA DE LUTA DA SAÚDE | Flávia Valle: "Queremos apoiar com toda força a luta das enfermeiras e trabalhadoras da saúde dia 12 de maio"

Começam a surgir em diversos locais pelo país manifestações das trabalhadoras da saúde que estão na “linha de frente” no combate a pandemia. É preciso avançar para constituir comissões com representantes eleitos para organizar a defesa dos trabalhadores e as condições de saúde e que possam também criar uma coordenação das lutas nos hospitais pelo país. Que as trabalhadoras e trabalhadores da saúde possam construir no dia 12 de maio, dia internacional das enfermeiras, um grande dia de mobilização contra as precárias condições de trabalho e contra a política de Bolsonaro, Mourão, congresso e governadores que colocam o lucro acima de nossas vidas.

sexta-feira 8 de maio de 2020 | Edição do dia

A precariedade das condições de segurança dos trabalhadores da saúde é absurda, e está motivando manifestações desse setor em um número cada vez maior no Brasil. Em Belém, no dia 15 de abril, os trabalhadores do Hospital Mário Pinotti gritaram “Queremos EPI!”. No mesmo dia, em Minas, trabalhadores do Hospital João XXIII paralisaram suas atividades em protesto contra as condições de trabalho, e alguns dias depois, em Contagem, a primeira vítima da COVID-19 foi a técnica de enfermagem Maria Aparecida, motivando um protesto por parte dos funcionários do Hospital Alberto Cavalcanti no dia 23 de abril. Em São Paulo, Maria Aparecida também foi lembrada no dia 24 durante o protesto dos trabalhadores do Hospital Universitário da USP que enfrentavam condições precárias, sem EPIs para poder se prevenir contra o coronavírus.

A saúde mais do que nunca não pode ser uma mercadoria. A bandeira de luta por um sistema de saúde único estatal e controlado pelos trabalhadores deveria ser levantada pelo conjunto da esquerda e dos sindicatos, mostrando que batalhamos por álcool gel, máscaras, EPI´s, contratação e liberação do grupo de risco, liberação com remuneração de todos trabalhadores dos serviços não essenciais. Mas também queremos nos chocar com essa lógica que coloca o lucro acima da vida impedindo que todo o sistema de saúde esteja, de imediato, centralizado e atuando de forma única. E mais do que isso apontamos para uma questão fundamental: as melhores pessoas pra gerir e controlar os hospitais e todo o sistema de saúde são os próprios trabalhadores da saúde, pois eles são a linha de frente, são eles que estão trabalhando e morrendo para salvar as nossas vidas.

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Num momento onde Bolsonaro mantém sua política negacionista, e os governadores, o Congresso Nacional e o "centrão" dizem que tudo que temos a fazer é ficar em casa, precisamos construir uma alternativa que seja de fato em defesa da vida dos trabalhadores. Porque se por um lado o isolamento é uma medida necessária frente a uma pandemia, seria um erro considerar que isso é suficiente: nem Dória, nem Maia, nem nenhum deles está garantindo testes massivos para poder organizar a quarentena de forma racional, e todos eles foram parte de destruir o SUS, o que se faz sentir agora de forma mais cruel. Mais ainda, o isolamento não está garantido para uma grande parcela da classe trabalhadora, tanto de setores não-essenciais que são obrigados a seguir trabalhando, quanto dos setores essenciais, para os quais não são garantidas nem as mais elementares condições de trabalho e segurança; ao mesmo tempo as demissões não param de aumentar na indústria e nos serviços.

Como convocou Babi Delatorre é preciso levantar a necessidade de que se crie uma Coordenação Nacional da luta da saúde para que o dia 12 de maio possa ser um forte dia de mobilização que se enfrente com as péssimas condições de trabalho imposta aos trabalhadores da saúde e também possa se enfrentar com nossos inimigos de classe que colocam nossas vidas acima de seus lucros. Uma forte mobilização no dia 12 pode apontar o caminho para que a classe trabalhadora como um todo, exigindo de suas direções sindicais que saiam da “quarentena”, possa construir uma alternativa que imponha a derrubada deste governo. Chamamos os companheiros do Bloco de Esquerda do PSOL, do PSTU e outras organizações que se reivindicam revolucionárias a darmos passos concretos para colocar de pé uma Coordenação pelo Fora Bolsonaro e Mourão, mas também levantando a necessidade de que se questione não apenas o governo, mas também o regime, uma saída independente através de uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana que se imponha através dos trabalhadores em luta.




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