O Esquerda Diário conversou com Flavia Valle, candidata a deputada federal em MG pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores, sobre o debate desta quinta dos candidatos a governador de Minas Gerais. Ela destacou as críticas ao golpista Anastasia, o cinismo de Lacerda de se colocar como “novo” e que no debate não houve um candidato que se colocou fortemente contra o golpe mas de forma independente do PT de Pimentel, o que para ela é decisivo, já que o PT já demonstrou que não pode ser uma opção no combate à direita golpista e aos grandes empresários.
sexta-feira 17 de agosto de 2018 | Edição do dia
O Esquerda Diário perguntou a Flávia Valle, que está se candidatando pelo MRT com filiação democrática pelo PSOL qual era a avaliação do debate:
“O debate se deu principalmente ao redor de uma polarização entre Anastasia do PSDB, o golpista amigo de Aécio e Temer, e Pimentel do PT. Um tentando colocar a responsabilidade no outro pela crise em Minas. Márcio Lacerda do PSB, que foi apoiado pelo PT e PSDB para governar BH, tentava cinicamente se colocar como uma nova alternativa, sendo que é parte da mesma casta política mineira que levou o estado à crise e governa para os empresários, em especial das mineradoras e do agronegócio."
Flavia atacou duramente Anastasia:
O @Anastasia golpista quer esconder que é amigo de Aécio e governou com Temer #DebateBand #Eleições2018 #debatebandminas
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
Para ela: "O principal debate foi sobre a crise fiscal em Minas, que está sendo descarregada nas costas do funcionalismo e dos aposentados com atrasos de salários e aposentadorias. Frente a isso, defenderam ajustes, reforma da previdência, mas nunca questionam as isenções fiscais."
No Twitter, Flavia comentou:
Em 2017 @pimentelminas deu 13 bilhões de isenções fiscais a empresários e quer enganar que o motivo do atraso dos servidores é a “carga pesada” das aposentadorias que ele considera “culpada” pelo déficit de 8 bilhões #DebateBand #Eleições2018
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
Flavia também afirmou que "É verdade que os golpistas vieram para arruinar o país e nosso estado, mas não podemos nos enganar como se o PT pudesse ser alternativa no combate à direita, pois tanto nacionalmente quanto em Minas, abriram espaço para a direita com seus ajustes e não tocam nos lucros dos empresários, nem nos privilégios dos políticos e juízes".
O @pimentelminas não é uma alternativa para o povo mineiro no combate à direita, governou com o MDB e privilegia isenções fiscais e não o pagamento dos servidores #DebateBand #debatebandminas #Eleições2018
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
Olha como o @marciolacerda40 é contra o PT do @pimentelminas e o PSDB do @Anastasia... #DebateBand #debatebandminas #eleicoes2018 pic.twitter.com/8ENM66sIbd
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
E sobre os demais candidatos disse que: "Os candidatos da REDE e do AVANTE são parte da política da direita e da elite tradicional mineira e tentam se apresentar como novidades, mas merecem rechaço dos trabalhadores e do povo mineiro.”
O Mares Guia passou pelo PT, passou pelo PSDB e agora na Rede passa o pano pro Temer #DebateBand #debatebandminas #Eleições2018
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
Claudiney Dulim que fundou esse Avante aí apoiou o Aécio Neves pra presidente. Nem vem falar contra a velha política
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
Flavia Valle também destacou a importância da luta pelo não pagamento da dívida pública em seus tuítes:
Os candidatos dos partidos da ordem estão unidos no ajuste fiscal contra o povo, mas os bilhões que vão para isenções fiscais para empresas com a @JBS_oficial ninguém propõe tocar. Que os capitalistas paguem pela crise! #DebateBand #debatebandminas #Eleições2018
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
Nenhum candidato a presidente nem a governador defende o não pagamento da dívida pública como forma de enfrentar a crise, o imperialismo e os golpistas #DebateBand #debatebandminas #Eleições2018
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
Flavia também foi dura nas críticas ao autoritarismo judiciário e contra a prisão do Lula, sempre clarificando que não apoia o voto nos candidatos do PT:
Prendem o @LulaOficial mas aqui o @AecioNeves e Zezé Perrella estão livres. Nessa eleição tutelada pela justiça golpista, defendemos o direito do povo decidir em quem votar, mesmo não apoiando o voto nas candidaturas do PT #DebateBand #debatebandminas #Eleições2018
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
E completou sua visão sobre este tema ao Esquerda Diário:
“Essa eleição é totalmente tutelada pelo judiciário, que quer escolher a dedo quem governa o país, como uma nova etapa do golpe institucional. Em Minas o cenário eleitoral tem tudo a ver com o do país. Aqui temos um agente central do golpismo na frente das pesquisas, o Anastasia, que precisa ser combatido frontalmente. Ele tenta esconder que ele e seu partido apoiaram o governo Temer e todos os ataques contra os trabalhadores que vieram após o golpe institucional. Pimentel foi o único que denunciou a absurda prisão do Lula, que impede o direito do povo decidir em quem votar. No debate faltou uma voz contra o golpe e independente do PT, partido que não é uma opção contra a direita. Mais uma expressão disso é que Pimentel foi o principal defensor de uma reforma da previdência.”
Para ela, em meio à ofensiva do judiciário e dos golpistas a esquerda deveria colocar peso nessa denúncia:
A @dirlenepsol e os candidatos do @psol50 deveriam dar peso nessa eleição para a luta pelo direito do povo decidir em que votar, contra a prisão arbitrária do Lula e a denuncia dos golpistas #DebateBand #debatebandminas #Eleições2018
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
Flavia também comentou sobre a luta pela legalização do aborto e como vê a questão das mulheres:
A luta pelo #AbortoLegalJá foi ausente no debate dos governador de MG. Nós queremos muito mais que representatividade, queremos os direitos das mulheres e ser linha de frente na luta contra a crise no estado e no país #DebateBand
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
“A luta pelo direito ao aborto tem sido a principal batalha das mulheres neste momento na América Latina, com as argentinas dando um exemplo com uma luta massiva. Apesar de que os senadores, em sua maioria um punhado de homens brancos, impuseram uma derrota, elas fizeram a Argentina tremer com a luta das mulheres e ecoar no Chile e inclusive aqui no Brasil a chamada maré verde, tendo no dia 8 ocorrido importantes atos, em que o Pão e Rosas esteve à frente nas principais capitais do país."
Flavia completou que "Em Minas o machismo é forte, como mostram os dados alarmantes de feminicídio e nos processos contra mulheres e médicos por aborto clandestino. A luta pelo direito ao aborto é fundamental se expressar nessas eleições com força, para ganhar peso de massas contra o patriarcado e o conservadorismo, expresso nessas eleições nos candidatos do golpismo principalmente. Na questão da mulher, é necessário ir além da representatividade feminina no poder, que muitas mulheres colocam, mas já vimos com Dilma Rousseff que uma no poder não resolve as demandas das mulheres. Nossa luta vai avançar se formos linha de frente nas ruas com milhões pelos nossos direitos e para que sejam os capitalistas que paguem pela crise em Minas e no Brasil”
Flavia Valle também destacou a ausência de destaque sobre a tragédia de Mariana:
Na terra da maior tragédia sócio ambiental nacional, nada de política para os trabalhadores e contra as mineradoras no #DebateBand #debatebandminas #Eleições2018
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 17 de agosto de 2018
E complementou:
“É lamentável que um fato tão marcante para o povo de Minas não mereça destaque para os que se propõem como candidatos a governador. Mas era de se esperar considerando que Anastasia, Lacerda, Mares Guia e Claudiney Dulim também querem governar para as mineradoras que exploram nossas riquezas materiais e fariam o mesmo, ou pior, do que fez Pimentel, que foi conivente com a impunidade do crime da Samarco, Vale e BHP em Mariana, cumprindo um papel determinante para conter a enorme crise e continuar garantindo os lucros dos capitalistas da mineração. As mineradoras deveriam ser estatizadas sob controle dos trabalhadores para que essa riqueza estivesse a serviço das demandas populares e para impedir os desastres contra o meio ambiente.”
Por fim, Flavia disse:
Queria chamar os trabalhadores, as mulheres, os negros e negras e a juventude a construir conosco essa campanha, levando à frente essas ideias e campanhas, construindo uma voz anticapitalista da classe trabalhadora em Minas Gerais