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PETROLEIROS | Fechada há um ano, a Fafen poderia produzir oxigênio a 30 mil cilindros hospitalares por hora

Se a Fafen, pertencente à Petrobrás, não tivesse sido fechada pelo governo Bolsonaro e pelo Judiciário golpista, demitindo mil trabalhadores, poderia responder à crise da falta de oxigênio em Manaus, ajudando a salvar vidas.

terça-feira 19 de janeiro de 2021 | Edição do dia

Imagem: FUP e Sindquímica

Há quase um ano da principal greve operária no governo Bolsonaro, que teve os petroleiros como protagonistas contra o fechamento da Fábrica de Fertilizantes (Fafen) no Paraná, o projeto de país da extrema direita e do regime do golpe se revela nas mortes por falta de oxigênio em Manaus, na pandemia, na fome do desemprego e demissões e na submissão entreguista ao imperialismo. Se a Fafen, pertencente à Petrobrás, não tivesse sido fechada pelo governo Bolsonaro e pelo Judiciário golpista, demitindo mil trabalhadores, poderia responder à crise da falta de oxigênio em Manaus, ajudando a salvar vidas.

A Fafen poderia produzir 30 mil m³ de oxigênio por hora, o equivalente a 30 mil cilindros hospitalares pequenos, com capacidade média de 20 inalações de 10 minutos. Atualmente, o consumo diário de oxigênio no Amazonas é de 76 mil m³.

É essa fábrica que está fechada há um ano, com suas instalações em deterioração, enquanto idosos morrem nas filas asfixiados. Bastaria uma pequena conversão, segundo informam os trabalhadores, e não somente os mil demitidos teriam novamente seus empregos no país da crise, como poderiam cumprir um papel no combate à pandemia. A separação de ar é um dos processos que ocorre para a produção da amônia, que é a matéria-prima utilizada na fabricação da ureia, o principal insumo produzido pela Fábrica de Fertilizantes da Petrobrás. A planta que faz essa separação do ar tem capacidade de ser operada independentemente da produção da amônia e, com uma alteração simples, pode ser convertida para produzir 30 mil metros cúbicos de oxigênio hospitalar por hora.

Assim, essa é mais uma prova da irracionalidade capitalista e do que quer o regime do golpe que sustenta a extrema direita no poder. Precarizaram a saúde por anos, aprovando ajustes como o teto dos gastos públicos, avançaram com as reformas contra a classe trabalhadora e com as privatizações. O fechamento da Fafen se dá no marco do desmonte da Petrobrás e das vendas de refinarias e das riquezas naturais. Sem a Fafen, aprofunda-se a dependência do país por insumos agrícolas estrangeiros.

Apenas a classe trabalhadora, que faz tudo funcionar, pode dar uma saída à crise. Por isso, não somente as centrais sindicais, como a CUT e a CTB, deveriam sair do seu imobilismo e impulsionar um combate de fato em defesa dos empregos, como se mostra no caso da Ford, contra todas as reformas, em uma frente única dos trabalhadores, como essa força poderia impor que a classe trabalhadora coloque essas empresas para funcionar, reconvertendo seus interesses para o combate à COVID-19 e mostrando que não podemos confiar nos governos, no Judiciário e no Congresso capitalistas. É preciso impor uma Constituinte Livre e Soberana que defenda nossos recursos naturais e uma Petrobrás 100% estatal, sob gestão dos trabalhadores e controle popular. Essa é a maneira de assegurar os interesses da maioria da população em uma crise dramática.




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