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Farmácias lucram com o desespero do coronavírus vendendo testes ilegais e pouco eficientes

Em meio a insegurança causada pela crise do Covid-19, farmácias e drogarias no Rio de Janeiro têm vendido testes rápidos para o novo vírus. Especialistas afirmam que não são eficazes da maneira como está sendo administrado e podem gerar um “falso passaporte” de imunidade ao vírus, aumentando assim o risco de contaminação de outros.

segunda-feira 13 de abril de 2020 | Edição do dia

Em uma farmácia do Leblon, o teste é oferecido por R$ 250. Em outra farmácia na Barra da Tijuca, há 500 pedidos de kits já reservados por clientes. O gerente da drogaria conta que espera a entrega dos testes pelos fornecedores há uma semana. A maior procura, segundo ele, é de profissionais de saúde. A previsão é que os kits custam de R$ 350 a R$ 390.

É sintomático que profissionais da saúde sejam os que mais procuram, tendo em vista as diversas denúncias feitas no Esquerda Diário das condições precárias de trabalho que eles são submetidos. Além da, em muitos casos, falta de Equipamentos de Proteção Individual que deve ser o básico, os profissionais não são testados.

O Ministério da Saúde ainda não definiu um protocolo para uso em estados e municípios desses testes. O que existe é uma crescente procura alimentada pela falta de testes massivos para que a quarentena possa ser administrada de maneira racional. Os testes para toda a população se mostra internacionalmente como chave, por exemplos como da Coreia do Sul e orientações de especialistas e da OMS, tamanho o efeito que pode ter na contenção da pandemia e, consequentemente, em salvar vidas e a saúde de milhões. No entanto com o negacionismo bolsonarista e os governadores dizendo as vidas em primeiro lugar, se negam a levar a frente a testagem.

Segundo a Vigilância Sanitária do município, a venda de testes está restrita à rede hospitalar. Uma análise de um laboratório particular, encomendada pelo Ministério da Saúde, indicou que há 75% de chance de erro em resultados negativos para o novo coronavírus, enquanto a probabilidade de um falso positivo é de 14%. Tudo indica que a possibilidade de uma pessoa com o resultado negativo ter contraído o coronavírus e o transmitir sem saber é grande. Ou seja, levam a um achatamento falso da curva de crescimento da epidemia e podem permitir a circulação de portadores assintomáticos.

O uso dos exames rápidos deveria estar restrito a laboratórios e unidades médicas. Ele serve para identificar profissionais de saúde e de outras profissões de risco que tenham contraído Covid-19 há mais tempo e já estejam sem sintomas. Geralmente eles positivam, o que indica que, em tese, não terão mais a doença, pois têm anticorpos de proteção do tipo IgG, e poderão trabalhar. Segundo o pesquisador da Fiocruz Manoel Barral em entrevista para O Globo, os testes rápidos só são eficientes quando feitos em grandes grupos.

“São testes de baixa capacidade de identificação. Têm utilidade para verificar resposta imune de certo grupo.”

Por isso batalhamos por um plano emergencial para combater a pandemia, que em primeiro lugar está a necessidade de testes massivos para pode identificar quem são realmente as pessoas que estão infectadas para pode isolá-las e também pode tratá-las adequadamente; para que a doença não seja cada vez mais transmitida.




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