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CRISE POLÍTICA | FIESP convoca para manifestações pelo impeachment de Dilma

terça-feira 8 de março de 2016 | 00:00
Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo

Em comunicado nessa segunda-feira (07/02), o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB), disse que a entidade irá apoiar os atos do próximo dia 13, a favor do impeachment da presidenta Dilma.

Na verdade, já desde o fim do ano passado a entidade defende abertamente o impeachment. Agora, aparece convocando, junto a outros grupos pró-impeachment, esse ato no momento mesmo que se agudiza a crise política, com a delação premiada do Senador Delcídio Amaral (PT) e a ação contra o Lula, numa demonstração que irá subir o tom e as exigências.

A Fiesp ainda não está satisfeita com as medidas de ajuste que o governo Dilma já vem aplicando sobre os trabalhadores, e quer pressionar por ainda mais ajustes. Como diz sua campanha, eles não querem que os capitalistas “paguem o pato”. Os trabalhadores é que terão que pagar, segundo a visão desta federação de empresários.

Questionado se a entidade se manifestaria sobre a cassação de Eduardo Cunha (também do PMDB), Skaf disse não ser esse o foco do momento.

Assim, a Fiesp entra de vez, junto com partidos como o PSDB, o DEM, PPS, Solidariedade, na campanha pelo impeachment. Agora a Fiesp tenta esconder seu programa empresarial fazendo campanha contra os aumentos dos impostos e a volta da CPMF (“não vamos pagar o pato”) escondendo também outras de suas bandeiras, como o aumento da terceirização. Podemos lembrar que Skaf é um apoiador entusiasmado do PL 4330, que ampliaria ainda mais a terceirização.

É essa pauta de ajuste que esse setor defende. Ele vai no mesmo sentido dos ajustes aplicados pelo governo, mas quer ser ainda mais rápido e profundo. A pauta do impeachment é funcional a esse movimento para, ganhando ou perdendo, poder fazer o governo aumentar a intensidade dos ajustes que já aplica.

Um ato com apoio da principal federação capitalista do país fornece mais um exemplo de como nesta “manifestação” não há nenhuma possibilidade de saída progressista para os trabalhadores.

A entrada da Fiesp na manifestação do dia 13 explicita ainda mais o seu caráter de classe e reacionário. Os trabalhadores não podem marchar junto com as patronais e deixarem-se enganar por suas palavras, defendendo junto com ela uma medida autoritária e bonapartista como o impeachment.

Se contrapor às intenções da Fiesp e outros setores não pode significar defender o PT e seus ajustes e a corrupção. Precisamos nos organizar em torno das lutas concretas contra a entrega do pré-sal, os ajustes, o desemprego e a corrupção, combatendo tanto os ataques do governo quanto os ataques que a oposição de direita também prepara, fortalecendo uma saída independente e dos trabalhadores, que, para nós do Esquerda Diário, passa pela mobilização por uma Assembleia Livre e Soberana.




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